quarta-feira, 10 de abril de 2013

Informação sobre as dependências em Artes Visuais

Pessoas do meu coração, eu disse pra vocês que eu havia colocado o conteúdo e coloquei mesmo.
Está no mês de Janeiro de 2013....

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Leitura de Obra





Leitura de imagen

Ler imagens é uma habilidade muito importante e que, muitas vezes, não é levada à sério. Muita gente acha que VER uma imagem é só olhar pra ela por alguns poucos segundos. É muito comum pessoas comentarem, por exemplo: "Fui ao Louvre e vi a Monalisa". Será que viu mesmo? Ou será que passou perto dela e bateu os olhos rapidamente? VER de verdade dispende reflexão, tempo. VER de verdade é muito mais que só bater os olhos na imagem.Na tentativa de ajudar as pessoas a entender melhor o que OLHAM, resolvi (na época da pós) pesquisar e escrever sobre isso


“O que mata um jardim
Não é
Abandono...
O que mata um jardim é esse olhar
Vazio,
De quem por ele passa indiferente.”

Mário Quintana

Ler uma obra de arte é tirá-la de sua imobilidade para devolver-lhe sua pulsação, é deixá-la ser na sua realidade, envolvendo-a com o nosso eu mais íntimo. Por esse motivo, cada nova leitura é uma nova interpretação, e são muitas as interpretações possíveis, porque somos diferentes a cada dia e, também somos diferentes uns dos outros.

TIPOS DE LEITURA E PERGUNTAS GERADORAS

As perguntas mais importantes que devemos nos fazer pra ler uma imagem são:
· O que podemos ver?
· É sobre o quê?
· O que ela diz para cada um de vocês?
· Qual é a relação da obra com o mundo?

Toda obra de arte, seja pintura, escultura, vídeo ou fotografia, por exemplo, tem em si suas próprias qualidades. Estas nos darão informações quando estivermos lendo uma imagem. Para entendermos essas qualidades precisamos olhar para as características formais da obra, em termos de linhas, tons, cores, espaço e massa, por exemplo. Ao olharmos para suas propriedades físicas, como para seus materiais e processos, aprofundaremos nossa compreensão do objeto artístico. Os materiais da arte moderna abrem espaço para um arranjo ilimitado de cores, texturas e tipos de pintura. Os artistas saíram de um tempo em que os pigmentos ditavam as cores que eles deveriam usar. Os materiais escultóricos e suas técnicas seguiram os mesmos caminhos. No começo do século XX, artistas como Marcel Duchamp apresentavam em galerias, de maneira simples e corriqueira, objetos comuns como obras de arte. Desde então os artistas passaram a ter liberdade para usar muitos tipos de materiais, possibilitando a realização da arte moderna de acordo com as idéias de sua cabeça. A arte contemporânea pode ser feita praticamente de qualquer coisa – filme e vídeo, objetos achados, comida, móveis – materiais cuja história e associações que possamos fazer afetam nosso entendimento da obra.

LEITURA FORMAL

Cores

Que cores o artista usou? Por que vocês acham que ele usou essas cores?
Como essas cores estão organizadas? Quais efeitos elas criam?

Formas

Que tipo de formas vocês podem encontrar na obra? Formas arredondadas, retas, pontiagudas, pontilhados? Quais efeitos elas criam?

Símbolos

Que tipo de marcas e símbolos o artista usa? Quais efeitos elas tem? Eles fazem parte da nossa cultura? O que significam?

Superfície

Com o quê a superfície parece? Que tipos de texturas podemos ver? Quais efeitos elas criam?

Escala

Qual é o tamanho real dessa obra? Ela é grande? Suas dimensões originais são muito diferentes das dimensões da reprodução que estamos vendo?
Faria alguma diferença se ela fosse maior ou menor? Será que há algum motivo para o artista ter escolhido esse tamanho?

Espaço

Podemos encontrar na obra sensação ou ilusão de espaço ou profundidade? Há preocupação com isso?
Como as formas são colocadas no espaço? Há simetria?
Como é o movimento das formas no espaço?

Materiais

Com que materiais essa obra foi feita? São materiais tradicionais ou “encontrados”? Como seria nossa reação diante a obra se o artista tivesse usado materiais diferentes? Quais associações ou conotações os materiais usados carregam?
Vocês são capazes de identificar todos os matérias usados pelo artista olhando para a reprodução?

Processo

Como essa obra foi feita? Foi o artista que a fez ou ela foi fabricada? Que tipo de habilidade esteve envolvida no processo de produção da obra? Aconteceram fortes mudanças ao material enquanto a obra foi feita?
Conseguimos ver na obra pronta indícios de seu processo de construção?

Composição

Como a obra está organizada? Como é a proporção dos elementos apresentados? A obra apresenta semelhanças ou contrastes?
As formas no espaço parecem seguir uma organização ou estão desorganizadas?


LEITURA TEMÁTICA

Conteúdo

O que é a obra? Ela é sobre o quê? O que está acontecendo? Podemos imaginar um enredo? A obra foi inspirada em alguma obra literária (literatura mundial, nacional, mitológica, religiosa etc.)?

Mensagem

Depois de fazer uma descrição atenta da obra, o que podemos especular sobre o que o artista quis dizer? Que tipo de mensagem ele tentou passar? O que esta obra representa?

Título

O que o artista quis dizer com esse título? Ele muda o jeito como vocês vêm a obra? Vocês dariam outro título para ela.

Tema

Qual é o tema desse trabalho? Ele apresenta mais de um tema? Qual será que foi a inspiração do artista para fazer essa obra?

Tipo / Gênero

Há alguma relação dessa obra com os gêneros tradicionais da História da pintura (mesmo que a obra em questão não seja uma pintura), como por exemplo, o nu, a paisagem, o retrato ou a pintura de natureza morta?


LEITURA PESSOAL:


Você

Qual foi sua primeira reação com a obra de arte? O que fez você sentir ou pensar assim?
Você gostou da obra à primeira vista?

Seu mundo

A obra te fez lembrar de quê? Porque isso te fez lembrar daquilo?
Você consegue fazer alguma relação entre o que vê e sua vida?
Ela representa algo que é importante para você?

Suas experiências

Você pode conectar a obra a quê? Você já foi há algum lugar como este que é mostrado pelo artista?


LEITURA CONTEXTUALIZADA:

Quando

Quando essa obra foi feita? Podemos fazer alguma conexão entre a obra e o período em que ela foi feita? Ela mostra alguma ação que era comum há uma época e que já não acontece mais?
As roupas das pessoas retratadas representam a época que a obra foi feita? Qual é a relação dessas roupas com as roupas que usamos atualmente?

Onde

Onde essa obra foi feita? O que a obra pode nos dizer sobre o lugar que ela foi feita? Há alguma característica na obra que nos ajuda a encontrar sua nacionalidade?

Quem

Quem fez essa obra? O que nós sabemos sobre esse artista? Há alguma relação ao modo de vida do artista com a obra que ele fez? Essa obra foi importante para o artista ou foi somente uma encomenda?
Essa obra foi feita pra quê? Pra quem?

História

Podemos relacionar essa obra ao contexto social e político do momento histórico em que foi feita?
Ela ainda é atual? Pode ser relacionada ao contexto social e político de hoje?

Outras linguagens

Podemos relacionar essa obra com obras de outras linguagens artísticas do período, como cinema, música, teatro, literatura ou design, por exemplo?

Outras áreas do conhecimento

Podemos relacionar essa obra com outras áreas do conhecimento, como por exemplo, a ciência, geografia, matemática, ecologia?
O artista estava relacionado a algumas dessas áreas?

O presente

Como as pessoas olham para essa obra hoje em dia? É igual ou diferente de quando ela foi originalmente vista?
Essa obra é considerada importante ou valiosa?

A obra no espaço

Em que museu ou coleção está essa obra? Ela está colocada em posição de destaque?
Algum de vocês já viu essa obra pessoalmente?

Interpretação

Como as informações recebidas pelo professor e pesquisadas pelos alunos afetam a experiência com a obra? Vocês sentiriam a mesma coisa se não tivessem essas informações?

Arte Naif Brasileira


O adjetivo naïf é o mais empregado para o gênero de pintura chamado também de ingênuo e às vezes primitiva (no Brasil). Na época em que foi lançado, o termo naïf era um apelido, como em outras épocas, os pintores foram chamados de impressionistas, cubistas, futuristas, etc...
Os naïfs, em geral, são autodidatas e sua pintura não é ligada a nenhuma escola ou tendência. Essa é a força desses artistas que podem pintar sem regras, nem constrangimentos. Podem ousar tudo. São os "poetas anarquistas do pincel".

Quem são os pintores naïfs?

Ser naïf é um estado de espírito que leva a uma maneira toda pessoal de pintar. Podemos encontrar pintores naïfs entre sapateiros, carteiros, donas de casa, médicos, jornalistas e diplomatas.A arte naïf transcende o que se convencionou chamar de arte popular.

A Pintura Naïf no Brasil

O Brasil junto com a França, a ex-Iugoslávia, o Haiti e a Itália, é um dos "cinco grandes " da arte naïf no mundo. Um grande número de obras de pintores naïfs brasileiros faz parte do acervo dos principais museus de arte naïf existentes no mundo.
A pintura naïf brasileira é muito rica e cheia de imprevistos. Devido à diversidade de temas relativos à fauna, à flora, ao sincretismo religioso e às suas várias etnias, o Brasil ocupa lugar de destaque no contexto mundial de arte naïf.
Os quadros de naïfs brasileiros são reproduzidos nos mais importantes livros estrangeiros sobre arte naïf. Não há uma exposição naïf internacional importante sem que os artistas naïfs brasileiros sejam convidados a participar.
Em toda a história da pintura brasileira, nunca tantos artistas tiveram suas obras expostas, publicadas, comentadas e citadas como são as dos pintores naïfs. O único pintor brasileiro (entre todas as tendências) a ser premiado numa Bienal de Veneza foi um naïf, Chico da Silva, em 1966, na 33ª Bienal. Ganhou menção honrosa com a sua pintura.
Fonte: www.artenaif.hpg.ig.com.br

Arte Naif

O significado de Arte Naif, também denominada de Arte Primitiva Moderna  pode ser interpretado como um tipo de arte simples, desenvolvida por artistas sem preparo e conhecimento das técnicas acadêmicas. É considerada uma arte com elementos sem conteúdo. O termo inglês Naif pode ser traduzido como ingênuo e inocente, por isso a compreensão simplista. A falta de técnica não retraiu o desenvolvimento desta arte, que recebeu grande destaque, ao ser valorizada por apreciadores da estética e pessoas comuns.
A característica da Arte Naif é o déficit de qualidade formal. Os desenhos e grafias não possuem acabamento adequado, com traços sem perspectiva e visível deficiência na aplicação de cores, texturas e sombras. A estética desta arte pode ser definida como sem compromisso com a arte real, pois mistura de cores sem estudo detalhado de combinações e as linhas possuem traços sempre figurativos e bidimensionais.
Arte Naif é a arte sem escola ou aprendizado técnico. O artista parte de suas experiências próprias e as expõe de uma forma simples e espontânea. Esta estética não pode ser enquadrada em tendências modernistas, sobretudo na arte popular, pois foge a regra. Ao analisar a construção deste tipo de arte, é possível verificar que o artista utiliza experiências pessoais, oriundas de sua convivência com o meio e cultura geral, sendo assim, há uma pequena esfera cultural embutida na Arte Naif. Mesmo assim, estudiosos deste conceito, a comparam a um tipo de arte primitiva e infantil, sem sofisticação ou requinte sistemático.
Afirma-se que este tipo de arte possui liberdade estética e pode ser resumida como uma arte livre de convenções. Críticos dizem que em termos gerais, a Arte Naif é concebida por artistas que pintam com a alma, diferente da arte desenvolvida por artistas acadêmicos, que pintam apenas com o cérebro, não expressando sentimento.
O ícone da Arte Naif é Henri Rousseau, pintor especialista em cores, considerado por muitos como precursor da corrente e principal artista. Henri não possuía educação geral, nem tampouco conhecimento em arte ou pintura. Ao levar a público, sua primeira obra denominada "Um dia de carnaval", no Salão dos Independentes, o artista foi severamente criticado por ignorar princípios básicos de geometria e perspectiva. A obra retratava paisagens selvagens mescladas a um emaranhado de tramas, as quais remetem a sonhos e sentimentos do artista. Mas seu reconhecimento só se fez valer no século XX, após ser admirado por Pablo Picasso, Guillaume Apollinaire, Robert Delaunay e Alfred Jarry, além de renomados intelectuais. Relatos comprovam que sua obra foi reconhecida na França (Paris) e através de sua obra, a Arte Naif influenciou e embasou a corrente estética do Surrealismo de Salvador Dali, no ano de 1972.