segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Conceito de Colagem


Autoria: Jeniffer Elaina da Silva

Colagem é a técnica feita através de matérias de diversas texturas, ou não, que são superpostas ou colocadas lado a lado na criação de uma imagem. Ela consiste na combinação da pintura com a colagem de elementos planos como papel, recortes de jornal, tecidos, etc.
De uma forma geral, seu objetivo é juntar numa mesma imagem outras imagens de origens diferentes. Seus maiores utilizadores foram Pablo Picasso e Georges Braque.


História e Características

Esta técnica já era conhecida antes do século XX, mas era considerada apenas como uma brincadeira de criança. O primeiro movimento artístico a utilizá-la foi o cubismo.
Os primeiros artistas que utilizaram a colagem foram Pablo Picasso e Georges Braque, próximo a 1912. Além deles, tivemos Max Ernst e Henri Matisse. Este último chamava a colagem de “desenhando com tesouras”.
Os cubistas são inovadores nestas técnicas que usam colagens. Recortam papéis no formato do objeto a ser retratado, como é o caso de Violão, de 1913, realizado por Picasso. Mas assim mesmo, não basta a forma, a textura do papel deve ser perfeita desde o mais liso e totalmente branco até o bege chegar ao fundo azul dominante.
Destaca-se o violão que vibra como se tocasse musica, mesmo sem haver cordas nele. As texturas são apenas indicadas por colagens de papéis e não mais são pintadas a tinta como antes.
Na verdade todos os elementos da colagem substituem o desenho e a pintura.
Na tela Natureza morta com violão, também de Picasso, a colagem não usa papéis recortados, os efeitos de vibração e de realidade são produto de um jogo entre superfícies formadas a partir de seu preenchimento com cores quentes claras ou escuras, lisas ou muito listadas, multiplicando as cordas do violão.
Pelos dadaístas a colagem é classificada como uma das formas de negação total da arte tal como existe até o momento.
Nos movimentos artísticos brasileiros, as colagens foram feitas por diferentes artistas como, por exemplo, Carlos Scliar, Piza, Jorge de Lima e Athos Bulcão.




Jean-Michel Basquiat


Pintor afro-americano

22/12/1960 - Nova York, Estados Unidos
12/08/1988 - Nova York, Estados Unidos

Reprodução
O jovem pintor afro-americano era filho de Gerard Jean-Baptiste Basquiat, ex-ministro do interior do Haiti que se tornou proprietário de grande escritório de contabilidade ao imigrar para os Estados Unidos e de Mathilde Andrada, de origem portorriquenha. Era o primeiro, dos três filhos do casal, de classe média alta.

O menino Jean-Michel, como toda criança, aos três anos já desenhava caricaturas e reproduzia personagens dos desenhos animados da televisão. Mas seu gosto pela arte se tornou coisa séria e um dos seus programas favoritas era, já aos seis anos, freqüentar o MOMA, Museu de Arte Moderna, de onde tinha carteira de sócio-mirim.

Uma tragédia o colocou ainda mais próximo da arte, quando aos sete anos foi atropelado e no acidente teve o baço dilacerado. Foi submetido a uma cirurgia e ficou uma temporada no hospital. Sua mãe, então lhe deu de presente um livro de anatomia, Gray's Anatomy, que teria grande influência em seu futuro de artista, revelado pelas pinturas de corpos humanos e detalhes de anatomia e até no nome da banda musical de curta duração que fundou em 1979: Gray's, que assumia as influências dos ventos latinos, vindos do Caribe e Porto Rico, que sopravam sobre a cena artística de Nova York, como o hip hop, o break e o rap.

Com o divórcio dos pais, muda com o pai e as irmãs para Porto Rico e lá vivem de 1974 a 1976. Basquiat toma contato com suas origens latinas. Aos 17 anos está de volta a Nova York e não consegue se adaptar às escolas convencionais. Passa a freqüentar a Edward R. Murrow High School mas a abandona praticamente no final do curso, sai de casa, vai morar com amigos, e passa a pintar camisetas que ele mesmo vende nas ruas.

Com o artista gráfico Al Diaz cria a SAMO (same old shit - mesma velha merda), marca e assinatura que usava para espalhar as suas obras pelas paredes da cidade. Passa a viver nas ruas e a grafitar paredes, portas de casas e metrôs de Nova York.

Aos poucos torna-se uma celebridade, começa a aparecer num programa da TV a cabo e é convidado a participar do filme Downtown 81, investindo o dinheiro que ganhou em materiais de pintura. O filme relata um dia na vida do jovem artista à procura da sobrevivência e mistura hip hop, new wave e graffiti, manifestações artísticas típicas do início da década de 80.

Mudança de rumo

Com a fama adquirida passa a ter dinheiro, torna-se artista internacional de vanguarda e amigo de pessoas influentes, conhecendo e convivendo comAndy Warhol, com quem compartilhou forte amizade. Warhol proporcionou a ele lugar para morar, materiais para trabalhar, além de ajudar a divulgar o seu trabalho e patrocinar algumas excentricidades, típicas de endinheirados. Nessa época Basquiat abandonou a arte de rua e o graffiti e decreta nas paredes: "SAMO morreu".

Começa a pintar telas que passam a ser adquiridas e comercializadas por marchands de Zurique, Nova York, Tóquio e Los Angeles, ávidos por novidades. De artista que vivia precariamente passa a ser um artista consumido e recebido nos salões mais chiques e exclusivos de Nova York.

A arte de Basquiat, chamada de "primitivismo intelectualizado", uma tendência neo-expressionista, retrata personagens esqueléticos, rostos apavorados, rostos mascarados, carros, edifícios, policiais, ícones negros da música e do boxe, cenas da vida urbana, além de colagens, junto a pinceladas nervosas, rabiscos, escritas indecifráveis, sempre em cores fortes e em telas grandes. Quase sempre o elemento negro está retratado, em meio ao caos. Há também uma dessacralização de ícones da história da arte, como a sua Mona Lisa (acrílico e óleo sobre tela) que é uma figura monstruosa riscada no suporte.

O período mais criativo da curta vida e da carreira meteórica de Basquiat situa-se entre 1982-1985, e coincide com a amizade com Warhol, época em que faz colagens e quadros com mensagens escritas, que lembram o graffiti do início e que remetem às suas raízes africanas. É também o período em que começa a participar de grandes exposições.


A morte do amigo e protetor Andy Warhol, em 1987, deixa Basquiat abalado e debilitado e isso se reflete na sua criação. Os críticos, sempre muito exigentes, já não o tratam com unanimidade e Basquiat responde a essas cobranças, associando-a ao racismo arraigado da sociedade americana.

Solitário, exagera no consumo de drogas e em agosto de 1988 acontece a trágica morte por overdose de heroína, que põe fim à carreira brilhante do primeiro afro-americano a ter acesso à fechada cena das artes plásticas novaiorquinas e, a partir daí, presença nas mais importantes mostras do mundo, entre elas, uma sala especial, em 1996, na 23ª Bienal de São Paulo, e em 1998, uma retrospectiva na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Figura e Fundo

Bom, para os alunos que não assistiram a aula sobre Figura e Fundo basta ir no site:
http://www.auladearte.com.br/lingg_visual/fig-fund.htm  e copiar os conceitos.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

FAUVISMO



Fauvismo é o nome dado à tendência estética na pintura que buscou explorar ao máximo a expressividade das cores na representação pictórica.


Derain
O fauvismo teve origem no final do Século XIX, ao contar com precursores como Paul Gauguin e Vincent Van Gogh. O estilo destes dois artistas, que trabalharam juntos no mesmo ateliê, guardava semelhanças e foi imitado pelos chamados fauvistas principalmente no uso exacerbado das cores agressivas e a representação plana, que imprimia grande teor dramático à representação pictórica.

Derain 

A tendência fauvista não só revolucionou o uso das cores na pintura moderna como foi uma das origens dos posteriores movimentos de ruptura estética nas artes plásticas.
O fauvismo foi um movimento relativamente curto, durando entre1898/1906 e 1908, mas revolucionou o conceito de cor na arte moderna. Rejeitaram a paleta impressionista de cores suaves e cintilantes, em favor das cores violentas que já vinham sendo usadas pelos pós-impressionistas Paul Gauguin e Vincent Van Gogh, dando-lhes uma ênfase expressiva.


Matisse

Os artistas deste novo estilo aplicaram ao seu trabalho uma energia poética, através de linhas vigorosas, da simplificação dramática das formas e da aplicação de cores intensas.

Pintura de Vlamink através da observação de um lugar
Embaixo, como é o lugar na realidade. Perceba como ele exagerou no uso das cores 
em relação à foto real,e esse era o objetivo dos fauvistas. 


O termo “fauvismo”, na verdade, teve origem a partir das observações corrosivas do crítico de arte Louis Vauxcelles após ter visitado uma mostra de pinturas de vários artistas, entre eles Henry Matisse. 

Matisse

Vauxcelles utilizou a expressão “Les Fauves” ao se referir aos artistas.
As telas que se encontravam na sala eram, de fato, estranhas, selvagens: uma exuberância da cor, aplicada aparentemente de forma arbitrária, tornava as obras chocantes. Caracteriza-se pela importância que é dada à cor pura, sendo a linha apenas um marco diferenciador de cada uma das formas apresentadas. A técnica consiste em fazer desaparecer o desenho sob violentos jatos de cor, de luz, de sol.



Matisse passou a fazer colagens à medida que foi ficando mais velho, 
porém nào perdendo a essência do colorido vivo de suas pinturas.


O uso pejorativo da expressão, que pode significar “os animais selvagens”, prevaleceu nas críticas imediatamente posteriores.

Os princípios deste movimento artístico eram:
· Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos.
· Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
· A cor pura deve ser exaltada.
· As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens.


Vlamink

Características da pintura:
· Pincelada violenta, espontânea e definitiva;
· Ausência de ar livre;
· Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo à realidade;
· Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;
· Pintura por manchas largas, formando grandes planos;


Matisse 

Apesar da negação do rótulo e dos protestos pelos artistas integrados à nova tendência, que não chegaram a lançar nenhum manifesto teórico de afirmação e nomeação da sua linha estética, o termo “fauvismo” acabou permanecendo, talvez indevidamente, nos estudos da história da arte 

Retirado do blogger do julirossi.blogspot.com.br/






Leitura da obra de Van Gogh:

QUARTO EM ARLES – 1888

 – UMA CASA em Arles foi o mais perto que chegou em toda a sua vida , de ter uma casa realmente sua. O sonho de um ateliê de artistas. Usou azul, verde amarelo e vermelho. Esta é a tela mais famosa, pois ao não usar sombras em baixo dos móveis fez com que parecessem planos, flutuando do chão. Como nas gravuras japonesas que estudou. Inclinou o piso, fazendo que o lado direito alto que o esquerdo. Tudo isso dá uma ideia de espaço desordenado. Os móveis têm um espírito familiar e tranquilizador. As duas cadeiras e dois travesseiros podem simbolizar o constante desejo de ter alguém para compartilhar sua vida.

GUERNICA AOS OLHOS DE PABLO PICASSO






Ana Maria Menchik Bocchese

Resumo: O texto apresenta uma leitura de imagem referente à obra “Guernica” de Pablo Picasso. Enfatiza o contexto histórico bem como o período da História da Arte em que a obra e o artista estão inseridos e ainda a tendência artística utilizada na obra, enfocando também o bombardeio da cidade de Guernica, a qual acabou sendo o tema do mural elaborado por Picasso para o pavilhão da Espanha na exposição universal em Paris na primavera de 1937.

Contexto histórico/ Modernismo / Cubismo

O século XX é um dos momentos mais conturbados e agitados da história. É neste século que acontecem grandes descobertas e algumas conquistas e tragédias como duas guerras mundiais, invenção do avião, foguetes, a chegada do homem à lua, avanços na medicina, aparecimento de doenças , e a revolução causada pela informática. Tudo isso acontecia e passava a ser divulgado pelos meios de comunicação, causando influência na sociedade e também no artista moderno que a tudo vê com o seu olhar sensível expressando tudo em sua arte.

O artista moderno não se preocupa em ajustar-se às múltiplas tendências apresentadas pela arte. Ele busca novas formas e diferentes meios e materiais, superfícies e técnicas para satisfazer sua capacidade e necessidade de criação e expressão. Ele não está mais preso ao registro realista, pois agora a fotografia cumpre essa função. A maior importância é dar “asas à imaginação”, à criatividade e à livre expressão. O artista quer libertar-se dos conceitos aprendidos nas academias de arte. Assim vários estilos surgem na mesma época e inclusive no mesmo lugar.

Podemos dizer que é no Modernismo que surge uma nova visão de arte com um conjunto de movimentos artísticos que romperam definitivamente com o estilo acadêmico. É no Modernismo que o artista terá maior liberdade de expressão e experimentação tanto no desenho como na pintura, na escultura, na arquitetura, na música e em tudo onde há arte. O artista não está mais preocupado em ser fiel ao objeto retratado, mas em como ele enxerga este objeto.

Um dos movimentos artísticos que envolveram o Modernismo foi o Cubismo. O artista cubista transforma paisagens, pessoas e objetos em formas geométricas, desenhando-os como se fossem vistos em vários ângulos ao mesmo tempo. Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963) que criaram o novo estilo artístico que rompeu com a idéia de arte como imitação da natureza abandonando as noções tradicionais de perspectiva. Eles procuravam novas maneiras de retratar o que viam e com a influência de Cézanne, (artista pós-impressionista), valorizam formas geométricas e retratam objetos como se eles estivessem fragmentados. É como se o artista visse esse objeto em vários ângulos ao mesmo tempo, mas representados em um mesmo plano. Estamos falando doCubismo Analítico,porque analisava as formas dos objetos, partindo-os e espalhando-os na tela. É quando haverá predominância de poucas cores (preto, cinza e tons de marrom e ocre), a fim de analisar a forma sem distração de cores.

No Cubismo Sintético, o artista tenta fugir um pouco da fragmentação, pois ficou quase impossível de reconhecer os objetos retratados justamente devido à fragmentação excessiva. Agora o artista procura recuperar um pouco a imagem real tornando as cores mais fortes e as formas mais decorativas. Aparece também o uso da colagem de elementos como letras, números,pedaços de jornal, vidros, madeiras e etc. É o surgimento de uma nova forma de arte chamada colagem, inventada por Braque e Picasso. No “Bandolim”, por exemplo, Braque demonstra o instrumento de cordas para recompor ou “sintetizar”, suas linhas estruturais essenciais em papel corrugado e pedaços de jornal. Segundo Picasso, o cubismo...


“... não é uma realidade que se possa pegar com as mãos. É mais do que perfume (...) O aroma está em todo lugar, mas não se sabe bem de onde vem.” (STRINKLAND, p. 138)



A vida de Pablo Picasso

Em 25 de Outubro de 1881, nasce em Málaga, Espanha Pablo Ruis Picasso, filho de Dom José Blasco e Maria Picasso Lopes.

“Quando eu era criança, minha mãe me disse: ‘Se você for soldado, será um general. Se você for padre, vai acabar sendo papa’, em vez disso, tornei-me pintor e acabei sendo Picasso.” (STRIKLAND, p. 136)

Seu pai era desenhista, sua mãe grande incentivadora, desde berço ele esteve envolvido no meio artístico. O resultado disso foi o “gênio do século” das artes plásticas e fundador da arte moderna, afinal construiu o maior e mais rica obra de toda História da Arte. Aprendeu a desenhar antes de aprender a falar. Suas primeiras palavras, aos dois anos, foram “lápis, lápis”. Produzindo desde os oito até os noventa e um anos de idade, foi pintor, desenhista, gravador, litógrafo, ceramista e escultor. Além de expressar “a voz da sociedade”. Foi inovador e irreverente, fiel às próprias emoções, cada fase de sua pintura indicava um estado de espírito. É impossível rotular o artista, quanto ao estilo, pois, nas suas obras encontra-se uma constante transformação. No início, nota-se que em suas obras está presente o gosto da época, realistas, estilo bastante homogêneo com temática moral e religiosa. Mais tarde observa-se diversas fases pictóricas como o período azul, período rosa, período negro, período cubista, classicismo e surrealismo.

O período azul (1901-1904) : É um mergulho na tristeza, dor e miséria, pois era ainda pobre e desconhecido. Esta fase é assim chamada porque em suas obras predominava o tom azul índigo e cobalto.Trabalhava sem reconhecimento, alongando os membros de figuras “ossudas”, transformando os motivos da realidade social em reflexões gerais sobre a vida, ao mesmo tempo em que reflete a sua situação pessoal.


A tragédia-Pablo Picasso/1903

O período rosa (1905-1906): Aconteceu quando se mudou para Paris e encontrou seu primeiro amor, Fernande Oliver, fazendo com que terminasse com a sua depressão . Suas obras ganharam suavidade e personagens cercados por um clima de ternura, passando a usar cores rosadas e tons de terra, mostrando artistas de circo, arlequins e acrobatas. São imagens românticas e sentimentais. A técnica utilizada é menos rígida, com maior agilidade nas linhas e sutis deformações.

Famille-de-saltimbanques



O período negro (1907-1908): Este período encerra drasticamente o anterior, pois foi quando descobriu a força das máscaras abstratas africanas colocando esses elementos em sua arte. É quando ele enfoca o fascínio pela escultura negra e ibérica. São formas ousadas, potentes e expressivas.



Período classicismo e surrealismo (1966-1936): Além de elementos da cultura clássica, agora o arista utiliza um novo instrumento - a fotografia. Produz um gênero particular de trabalho discordando com os padrões clássicos tradicionais europeus. Os corpos fogem ao equilíbrio, com formas quase monstruosas.Participou também da primeira exposição surrealista em 1925. Apesar de conviver com alguns artistas surrealistas como Matisse (com o qual nunca se entendeu) e também impressionistas, o fato é que não se considerava parte do grupo. Logo depois segue seu próprio caminho, dedicando-se também à escultura.

Depois da Primeira Guerra Mundial, experimentou variados estilos. Se um dia ele desenhava figuras realistas, no outro ele desenhava figuras violentamente distorcidas. Picasso resumiu sua carreira nas palavras: "Adoro descobrir coisas". (STRIKLAND, P.137).Como Gertrude Stein disse: "Somente ele, entre todos os pintores, não colocou problema de expressar verdades para o mundo inteiro ver, mas a verdade que só ele podia ver". (STRIKLAND, P. 137)

Picasso possuía temperamento forte, ousado, audacioso, sincero e extravagante. Teve muitas mulheres, alguns filhos. Há quem diga que ele não tem necessidades principais, só sente necessidade de uma coisa: pintar, tendo uma mulher no quarto ao lado. Seu vizinho certa vez comentou com rancor: Picasso era um porco. Vivia na sujeira e na desordem (...) Quando ele foi embora,o pessoal da limpeza teve de desmontar portas e janelas, pois ele tinha pintado e gravado em tudo."(MEMÓRIAS DE PICASSO, p. 31)

Em sua casa havia uma "grande lei". Não mexer em nada! Cada coisa tinha o seu lugar, até mesmo seu revestimento próprio de pó. Esta lei não se aplicava às crianças e nem aos animais. Para Picasso, as crianças poderiam mover qualquer coisa, até mesmo suas telas e ele não se importava. Ele amava as crianças, e dizia que elas tinham nascido para correr livremente. Enquanto as crianças brincavam sem parar e os cachorros e as cabras se divertiam ao redor da casa jamais havia uma palavra de advertência ou punição.

Picasso morreu em 1973, deixando uma fortuna avaliada em 300 milhões de dólares, dos quais 250 milhões em obras de arte. Sua herança foi dividida entre a última esposa. Jaqueline Roque e seus filhos Maya, Claude, Paloma e seus netos Marina e Bernard (filhos de Paul Picasso, o primeiro filho de Picasso já falecido);
Pablo Picasso não pertenceu a qualquer outra escola. Ele é Picasso, aquele que absorve sua época pelos olhos e o restitui pintando uma, duas, três telas por dia, e fazendo-se também gravador, escultor, ceramista, sem jamais abandonar o desejo incontrolável de "fazer sempre o melhor".


A obra





“Guernica” (nome dado por Picasso , mesmo nome da cidade destruída) foi encomendado pelo governo republicano espanhol, que desejava um mural para o pavilhão da Espanha na exposição universal que deveria inaugurar-se em Paris, na primavera de 1937. Apesar de ser republicano, faltava-lhe o tema exato para o mural encomendado. Após o bombardeio, em 26 de abril, encontrou o tema, mergulhando em seu objetivo, que durou três meses, e que certamente lhe lavou a alma!


Os fatos que antecederam o bombardeio de Guernica, ocorreram como se estivessem dentro de uma panela de pressão, até explodir com a devastação da cidade. Aconteceu que em 1931 a constituição havia feito da Espanha uma “república democrática dos trabalhadores de todas as classes” Drásticas reformas haviam sido planejadas, porém não chegou a efetivar-se,, pois houve muita violência generalizada com greves e rebeliões. Consistiam em reformas que ainda em nossos dias certamente seria de difícil aceitação, naquela época,mais ainda, realmente não houve chance de efetivar-se. A reforma compreendia em separação entre a igreja e estado, regime parlamentarista, votação extensivo às mulheres e aos soldados, autonomia regional para o país Basco e a Catalunha. Os títulos de nobreza foram abolidos e implantou-se o divórcio. Uma lei agrária, de 15 de setembro de 1932, autorizou a desapropriação dos latifúndios, dentre outras.

Em fevereiro de 1936, a frente popular de esquerda, venceu as eleições e reconduziu Azaña ao poder. As reformas sociais se chocavam com os interesses dos setores mais conservadores, que também foram atingidos por ocupação das terras pelos camponeses, incêndios de instituições religiosas e destruição de jornais de oposição. O assassinato do líder monarquista Calvo Sotello, em 13 de Julho de 1936, aprofundou a crise.

O exército se colocou completamente oposto ao governo republicano. Em 1936 os generais Emilio Mola, Francisco Franco, José Sansurjo (líder da rebelião), Joaquim Fanful, José Enrique Varela e outros se reuniram para investigar a possibilidade de sucesso, em caso de um golpe.

Os republicanos esperavam ajuda da França e do Reino Unido, mas ambos os países sustentaram uma política não-intervencionista, talvez por medo de uma guerra generalizada. A maior ajuda veio da União Soviética, que a partir de outubro de 1936 enviou tanques, aviões, assessores técnicos e material militar. O México também concedeu alguma ajuda e um comitê reunido em Paris organizou o recrutamento de voluntários para formar as Brigadas Internacionais. Finalmente, em abril de 1937, aviões alemães, em apoio aos nacionalistas, bombardearam a cidade basca de Guernica, palco da maior tragédia de guerra civil, numa demonstração de força que provocou revolta na opinião pública mundial. A guerra civil espanhola custou mais de meio milhão de vidas somente em combate, sem contar os que morreram de fome, desnutrição e doenças provocadas pela guerra.

Em outras palavras, durante a guerra civil espanhola, o ditador fascista Francisco França fez um acordo com a Lüftwalfe, (nazista) para destruir a cidade de Guernica, que foi bombardeada pelos nazistas como sinal de apoio ao general espanhol Francisco Franco, que lutava contra a República Espanhola. Em 26 de abril de 1937, um bombardeio que durou três horas, dois mil civis foram massacrados. Milhares de inocentes morreram ou ficaram feridos, a cidade foi arrasada! Picasso tem mais do que motivo para revoltar-se, ficou furioso, tomado de ódio patriótico, utilizou sua arte e seu talento para realizar o seu protesto. Resultou numa obra que mostrou o quanto a guerra é fútil.

Observamos na obra “Guernica” grande parte da revolta do artista. A presença do cubismo é visível, a utilização de cores escuras e várias expressões transmitindo a sua fúria. Ele também utilizou o tamanho. A obra é enorme, é um mural de 6,50 metros de largura por 2,80 de altura. É considerada a mais forte denúncia dos horrores da guerra. Conforme ele mesmo dizia: “A pintura não é feita para decorar apartamentos. É um instrumento de guerra, de ataque e defesa frente ao inimigo”. Essa afirmação demonstra um conceito de arte bem diferente do que ainda hoje se têm, enquanto que na verdade a arte não tem o compromisso de ser “bela” ou “decorativa”, pelo menos, não no Modernismo e muito menos para Picasso. A arte é o conhecimento elaborado historicamente, que traz culturalmente a visão particular do artista e um olhar crítico e sensível sobre o mundo que esse artista está inserido.



Picasso incorporou certos elementos do desenho para criar um efeito de angústia. Usou um nuance branco-cinza para enfatizar o desespero e distorceu propositalmente as figuras para transmitir violência. As linhas quebradas e os planos fragmentados do cubismo mostram temor e confusão,enquanto o formato em pirâmide segura a unidade da composição. Alguns símbolos de Picasso, como o guerreiro morto com a espada quebrada, implicando derrota, não são difíceis de decifrar. A única explicação de Picasso para outros símbolos era: “O touro não é o fascismo, mas brutalidade e escuridão... o cavalo representa o povo”.



Certamente a fúria de Picasso era bem maior do que vemos expressa em “Guernica”. Guernica é a expressão do mais trágico protesto, reúne em si temas diversos de períodos procedentes da produção do pintor, como o Minotauro e a corrida, e é o marco inicial da fase mais sombria e violenta de sua pintura.

A tela está exposta atualmente no centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.



Nesta obra está simbolizada com intensa dramaticidade, através de figuras contorcidas, disformes e dissecadas, a destruição de vidas e de uma civilização! É sem dúvida a obra mais importante de Picasso!

Van Gogh





Auto-retrato

Vicent van Gogh foi um dos artistas mais trágicos
que já viveram. Nada parecia dar certo em sua vida, 
e ele não era muito feliz. Em seus auto-retratos, 
ele nunca aparece sorrindo.
Van Gogh nasceu na Holanda, em 1853, e morreu 
na França, em 1890. Ao contrário de muitos artistas, 
Van Gogh decidiu tornar-se pintor somente depois 
de adulto.
Antes disso ele fez outras coisas como vender 
quadros em uma galeria, dar aulas, trabalhou 
em uma livraria e também foi pastor, como seu pai.
Nada disso o fez satisfeito, assim um dia decidiu 
ser artista.
Passou por várias escolas. Seus primeiros 
desenhos mostra pessoas pobres e humildes 
que ele conheceu na época em que era pastor.
As cores eram tristes e sombrias...



Os Comedores de Batatas

Ele continuou utilizando cores escuras até descobrir
a riqueza cromática da arte japonesa.
Em pouco tempo suas pinturas passaram a ser mais coloridas.



Oliveiras

O sol desta pintura de Van Gogh parece 
esquentar mesmo.
Quando olhamos para ele, quase temos 
vontade de colocar óculos escuros.
Seus tons são tão vibrantes que quase 
podemos sentir o cheiro das flores que ele 
pintou, ou ainda nos ofuscar com o brilho do sol.


Os Girassóis

É claro que é muito melhor apreciar pessoalmente 
os quadros de Van Gogh do que ver as imagens 
apresentadas aqui.

COMO LER UMA OBRA DE ARTE?

























Sérgio Cunha


É possível ler uma obra de arte?
Sim! Do mesmo jeito que apren
demos a ler, decodificar a linguagem 
verbal, ou seja, as letras, palavras, frases, 
etc, precisamos aprender a ler obras de Arte.


















E como realizar a leitura de 
uma obra de Arte? É muito importante 
ressaltar que não existe um único caminho 
para a leitura de obras de Arte, mas ...




















...durante essa leitura é importante 
levantar aspectos relacionados a:
Leitura Formal: observar os elementos 
que compõem, formam a obra de Arte, 
ou seja, os elementos expressivos, como 
a linha, a cor, o volume, a perspectiva.



Meninas a ler
Pablo Picasso

Leitura Interpretativa: este é um momento muito 
rico, em que não existe certo nem errado. Durante 
esta leitura é possível a cada espectador colocar o 
que pensa sobre a obra que está vendo, pois cada 
ser humano percebe, vê e sente uma obra de Arte 
de acordo com sua história de vida, com o que sabe 
e conhece sobre arte.















Contextualização Histórica: localizar a obra 
no tempo histórico e no espaço, observando o tema, 
os significados, ou seja, os contextos em que foi criada, 
auxiliando na compensação e no significado da obra 
em questão.



Os Operários
Tarsila do Amaral

Quando apreciamos produções artísticas,
esses aspectos acabam por interagir uns com 
os outros, pois a leitura de uma obra de arte é 
percebida, sentida e significada a partir de nossos 
conhecimentos, vivências e percepções. Ao fruir
a produção artística da humanidade, estamos 
realizando um diálogo com o mundo.



"Vivência de vida"


Quanto mais estivermos em contato com 
obras de Arte, mais nos aprofundamos nessa 
linguagem e conseqüentemente em sua leitura,
mais ampliamos nosso repertório, conhecimento 
e compreensão da produção de Arte da huma
nidade, quer seja em museus, galerias, exposições, 
ou até mesmo através de reproduções, pois em 
alguns casos a presença frente às originais não é possível.





Ler é atribuir significados a algum texto, 
no caso de obras artísticas, estamos falando 
de textos visuais, que são lidos a partir do 
momento que começamos a estabelecer 
relações entre as situações que nos são
impostas pela nossa realidade e de nossa 
atuação frente a estas questões, na tentativa 
de compreendê-las e resolve-las. A leitura 
se torna real quando estabelecemos essas relações.



Retirado do Blogger da Ana Maria 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Elemento da Imagem Visual: COR





A COR E A SUA CLASSIFICAÇÃO

As cores podem ser classificadas em:
 primárias, secundárias, neutras, quentes e frias.

Cores Primárias: 
vermelho, amarelo e azul. São chamadas cores primárias
 ou puras por não serem formadas pela mistura de outras cores.

Cores Secundárias:
 Laranja, verde e violeta. São chamadas de cores secundárias
porque são o resultado da soma de duas cores primárias.

Cores Quentes:
 As cores quentes nos lembram o sol, o fogo e a sensação de alegria.
 Têm o poder de aproximar as imagens e fazê-las parecer maiores do
 que são. Amarelo, vermelho e laranja são cores quentes.

Cores frias:
 As cores frias nos recordam a água, a floresta e dão a sensação
 de tristeza. São calmantes, têm o poder de afastar as imagens
 e fazê-las parecer menores. Azul, verde e violeta são cores frias.

Cores Neutras: 
O branco, o preto e o cinza são chamadas cores neutras. 
Obtemos o cinza pela mistura de preto e branco.

FAUVISMO

Henri Matisse (1869-1954), mestre no uso das cores, dizia:
 "Em arte, o que puder ser dito por palavras, não conta".
 Ele fez parte de um movimento na arte chamado Fauvismo.
Fauve (pronuncia-se "fove"), em francês significa "fera".
 O colorido contrastante, quase berrante, era a essência
 dos fauvistas. Os cubistas tentavam revelar a essência
 geométrica das coisas, ao passo que os "fauves"
 mantiveram-se fiéis à imaginação e ao colorido,
 onde construíram suas pinturas.

Senhora Matisse



Mesa Posta


A Dança


Quem desenha ou pinta vê as cores de uma maneira especial.
 Para o artista a cor não tem valor isoladamente. Ela se
 modifica quando colocada ao lado de outra cor.

Leia os versos desta canção de Caetano Veloso
 Observe quantas cores aparecem nela

TREM DAS CORES









A franja da encosta
cor de laranja
capim rosa- chá
O mel desses olhos, luz
mel de cor ímpar
O ouro ainda não bem
verde da serra
A prata do trem
A lua e estrela
Anel de turquesa
Os átomos todos dançam, madrugada
Reluz neblina
Crianças cor de romã entram no vagão
O oliva da nuvem chumbo ficando
pra trás da manhã
E seda azul do papel que envolva a maçã
As casas tão verde e rosa que vão passando
 ao me ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom azul do papel que envolve
 a maçã
As casas tão verde e rosa que vão passando 
ao me ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom azul quase inexistente, azul
que não há
Azul que é pura memória de algum lugar
Teu cabelo preto, explícito objeto
Castanhos lábios
Ou, pra ser mais exato, lábios cor de açaí
E aqui, trem das cores, sábios projetos:
Tocar na central
E o céu de um azul celeste, celestial.



É incrível como as cores podem nos
 transmitir sensações...

Do ponto de vista da ciência, os objetos têm
 a propriedade de refletir a luz. Por exemplo,
 ao receber a luz do sol, uma laranja reflete apenas
 a cor laranja e absorve outras cores. Assim os nossos 
olhos só percebem a cor laranja, e nós enxergamos a
 fruta dessa cor.

Mas as cores podem sugerir emoções bem mais 
complexas.Dão sensação de frio, calor, prazer, 
ódio, amor, paz.

Abaixo seguem alguns significados psicológicos 
que as cores podem sugerir:


verde- possessividade, tenacidade

vermelho- força vital, competição, irracionalidade.

amarelo- luminosidade, riqueza, aventura, independência.

laranja- segurança, dinamismo, atividade.

azul- calma, repouso, equilíbrio, tranquilidade.

cinza- falta de estímulo, passividade.

marrom- vitalidade passiva, conservadorismo, segurança.

violeta- profundidade de sentimento, sofrimento íntimo, fantasia.

preto- protesto, rebelião, renúncia.

branco- pureza, inocência, paz interior.