quarta-feira, 13 de junho de 2012

Cultura Mochica


A Cultura Mochica teve uma vasta influência, mas não está bem esclarecido até que ponto se estendia nas áreas periféricas. Apesar de se terem encontrado objetos de estilo Moche tão para o sul como o vale Huarmey, é provável que não existisse aí uma influência política séria. Encontraram-se grandes quantidades de objetos do estilo Mochica no vale Piura, no Norte, mas nenhum vestígio de arquitetura. Não obstante, os Mochica, serem um povo agressivo. O que é claro não só pela expansão geográfica como pela quantidade de motivos de guerra na sua iconografia, provavelmente muito daquilo que consideramos como estando sob a sua influência deve-se apenas pela arte.


Na costa norte do Peru, o fenômeno Chavín foi seguido pelas culturas Salinar e Gallinazo. Salinar produziu uma cerâmica relativamente simples, com bicos e asas laterais. Gallinazo fez parte de uma muito difundida moda de cerâmica pintada a negativo, que se encontra desde Hacha, no Sul, onde parece ter aparecido em primeiro lugar, até à região de Piura (Vicús), no Norte. A cerâmica pintada em negativo (com um revestimento protetor nas partes que não são pintadas) caracteriza também a cultura Recuay, no Callejón de Huaylas, por cima dos vales costeiros dos Mochica. Batizada com o nome de uma povoação do Callejón, não muito longe de Chavín de Huantar, o estilo Recuay teve algumas raízes na arte Chavín, mas mostrou muitas características individuais. Depois do fim do domínio de Chavín, o templo de Chavín de Huantar foi ocupado por povos Recuay. O estilo Recuay iniciou-se talvez um pouco antes do de Mochica, mas é essencialmente contemporâneo. Um certo número dos motivos da arte Mochica parecem ter sido pedidos emprestados ao estilo Recuay, e sem dúvida que existiram contatos, pois a água do rio para a irrigação dos vales Mochica tinha a sua origem no território Recuay. Esses motivos Recuay são utilizados nas cenas Mochica, que representam o ritual da coca e atividades relacionadas. Pelo menos parte da coca dos Mochica, deve ter vindo do território Recuay, ou passado através dele, numa qualquer altura da sua história.


AS DIFERENÇAS ENTRE MOCHICA E RECUAY.


Considerando a proximidade geográfica e os óbvios contatos, as diferenças entre Mochica e Recuay são interessantes. Recuay produziu conchas de cerâmica, vasos-efígies e potes com figuras na sua parte superior, que eram formas Mochica. Contudo, as formas dos vasos são em geral diferentes: as características típicas dos Recuay são as urnas de bocas reviradas, os recipientes anelares, os recipientes globulares de bicos muito alargados e os bicos que saem da parte superior de alguns recipientes como se fossem a ponta de um funil. Apesar de serem utilizados alguns dos mesmos motivos, parecem transmitir mensagens diferentes. Alguns dos motivos comuns, não associados à coca, são os seguintes: formas semelhantes a casas, figuras segurando em recipientes, um homem com um felino, uma figura a ser picada por abutres e a denominada lua animal.

A REGIÃO E OS LOCAIS.


O local de Moche, perto da moderna cidade de Trujillo, era o centro cerimonial e administrativo do povo Mochica (ou Moche) pelo menos durante uma parte substancial do seu período de importância, desde cerca do tempo de Cristo até por volta de 600 d. C. A Huaca del Sol, ou Pirâmide do Sol, uma enorme estrutura de adobe com 40 metros de altura e pelo menos 350 metros de comprimento - a maior estrutura de adobe sólido em todo o Novo Mundo, foi provavelmente construída ao longo de vários séculos e era muito maior do que o é agora. Hoje ainda resta é talvez um terço do seu tamanho original. Nos nossos dias, a pirâmide tem vista para campos irrigados junto da beira do rio e para o deserto claro e nu que fica do outro lado. A pirâmide está virada para a Pirâmide da Lua (Huaca de la Luna), que fica para lá de um grande espaço, situada logo por baixo de uma colina proeminente, Cerro Blanco; a montanha feita pelo homem que é a Pirâmide do Sol enfrenta a montanha natural. Uma grande formação de “rocha viva” enquadra a face do local virada para o interior, no fim das duas grandes estruturas. Os restos entre as duas grandes pirâmides estão agora cobertos de areia.

Neste vale, e noutros ao longo da custa, os Mochica cultivaram algodão, milho, batatas, amendoins e pimentões por meio da irrigação do deserto costeiro. É claro que a pesca era também uma das principais fontes de subsistência. Fornecia alimentos para consumo imediato pelos povos costeiros e artigos para o comércio com os povos do interior.


OS ESTILOS DA CERÂMICA MOCHICA.

Os estilos da cerâmica dos Mochica foram divididos numa série de cinco fases. Mocho I e II, encontram-se por cima do estrato Gallinazo nos vales Moche, Chicana e Virú, e datam de por volta dos tempos de Cristo ou um pouco antes. A fase mais antiga que se encontra no vale Santa é o Moche III, o que é uma indicação de que a expansão para sul teve lugar por essa altura. O esplêndido local de Paúamarca, no vale Nepeúa, com pinturas murais e vestígios de Moche IV, marca o extremo sul da arquitetura Mochica, apesar de existirem provas (cerâmicas) de uma presença Mochica tão para sul conto Huarmey. Para norte, a situação é mais complexa. Foram encontrados túmulos Mochica em Pacatnamu, o que seria uma indicação de uma normal expansão para norte. Porém, no extremo norte, no vale Piura, foi encontrada cerâmica Mochica muito antiga, bem como alguns dos mais belos trabalhos em metal no estilo Mochica.

Um vasto cemitério, conhecido por Loma Negra, revelou centenas de exemplares de magníficos trabalhos em ouro, prata e cobre. Também nessa mesma região e aparentemente da mesma data (apesar de não se saber se foram encontrados juntos) surgiram cerâmicas decoradas relacionadas com as descobertas no vale Virú. Isto deixa em aberto as possibilidades de o povo Mochica ter chegado ao vale de Moche vindo do Norte, de ter existido uma anterior colônia norte de povos de Moche, ou a de que os povos dos vales de Piura e Moche possam ter dado origem a um terceiro local, ainda não descoberto, talvez a meio caminho. Seja qual for a explicação, houve uma presença Mochica nos vales do Norte cerca dos tempos de Cristo, e verificou-se um abandono do local Moche e uma definida mudança do centro do poder para a região de Lambayeque por volta de 600 d. C.


O SÍTIO ARQUEOLÓGICO DE MOCHE.


O sítio arqueológico está abrigado por uma colina arenosa. Do cimo da sua gigantesca pirâmide principal, a vista perde-se, através do deserto, no mar e no vale cultivado, observa-se também o vale por onde desce o rio e que é limitado pelas montanhas. A maior parte dos sítios arqueológicos andinos encontra-se perto de uma colina, que era um local sagrado e ao mesmo tempo um ponto estratégico, do qual se podia avistar aos arredores. Os primeiros trabalhos arqueológicos em Moche foram realizados, em 1899, por Max Uhle, que descobriu as pinturas da pirâmide da lua (depois desaparecidas) e túmulos na área entre as duas pirâmides. Recentemente tem se apreendido novos projetos de estudo. Moche foi abandonado perto do período intermediário inicial. Galindo, na parte superior do vale, passou a ser o centro local mais importante. Existe ainda uma comunidade próxima de Moche, cujos costumes foram estudados em princípios do século XX como restos dos modelos de comportamento de antepassados pré-colombianos.


A ARTE E A RELIGIÃO.

Os artesãos Mochica encontravam-se entre os melhores do Novo Mundo. Entre eles contavam-se engenhosos ourives que douravam a prata e o cobre com subtileza, bons tecelões, tal como o atestam os poucos restos de têxteis, e notáveis oleiros. As decorações das cerâmicas incluem a modelagem em alto-relevo, os baixos-relevos criados por estampagem e cenas pintadas em superfícies lisas. Alguns vasos eram feitos em moldes, mas muitos eram trabalhados à mão. A variedade de formas era grande, mas as mais elegantes tinham quase todos bicos em estribo. As cerâmicas não só mostram uma grande variedade de formas e decorações como revelam mais sobre os mitos e rituais dos Mochica, do que os artefatos de qualquer outra civilização dos Andes.

O sistema iconográfico básico parece ser o de temas em grupos que por vezes se sobrepõem (como no caso do moderno símbolo dos Jogos Olímpicos). Por exemplo, um grupo pode ter que ver com o ritual da mascagem de folhas de coca, representando por vezes, mas nem sempre, a cabaça e o pau para a lima que era usada com as folhas. Porém, mesmo quando estes artigos estão ausentes, as figuras continuam a ser reconhecidas como sendo do ritual da coca, por causa das roupas características. Algumas cenas de batalha mostram figuras com o vestuário próprio dos rituais da coca. A guerra e a captura de prisioneiros para sacrifícios por decapitação são temas artísticos proeminentes.

O principal deus dos Mochica era uma derivação de Chavin, tal conto muitos outros deuses dos Andes. Tinha caninos de felino e um cinturão com tiras terminadas em cabeças de serpente. Por vezes era representado com as orelhas típicas da arte de Chavín ou com curiosos rebordos em volta dos olhos, que também se encontram em algumas cerâmicas do Horizonte Primitivo.




Em cima, o retrato de um deus Mochica que forma o corpo deste vaso com bicos em estribo. A boca angular e com presas, os olhos com um rebordo, a forma das orelhas e as serpentes na cabeça derivam das representações das divindades Chavín. Estes vasos foram encontrados em túmulos e deviam ser feitos apenas para os funerais.

O FIM DE MOCHE.

No final da fase IV parece ter-se verificado o virtual abandono do local de Moche. Aparentemente, o verdadeiro centro do poder deslocou-se para Pampa Grande, no vale Lambayeque, um antigo local do Horizonte Primitivo. Há algumas provas de que se começou a depositar Lima grande camada de areia sobre Moche e sobre o sistema de canais à sua volta, o que terá impedido a agricultura e forçado a população a abandonar o local. A expansão Huari, que se inicia mais ou menos por esta altura, poderá também ter provocado algumas modificações. É um fato que se verificam mudanças de estilo e de ternas na arte Moche da fase V. O bico em estribo modifica-se ligeiramente, o que não é de surpreender se considerarmos a evolução da forma durante as fases geral menos habilidosa. Uma das principais mudanças de estilo é uma espécie de agorafobia pictórica, em que as cenas pintadas estão tão cheias de pormenores de preenchimento de espaços vazios que por vezes se torna difícil de ler os temas principais. Surgem novos temas e são abandonados os antigos. Durante a fase Moche final, talvez contemporânea dos vasos Moche V, os motivos e estilo de pintura Huari misturaram-se com os motivos e formas Mochica. Mesmo nos vasos Moche V mais puros os pormenores iconográficos, o desenho de um olho, a foto de um ornamento de toucado, surgem os princípios dos estilos Lambayeque e Chimu.

Cultura Astecas



Os sacrifícios humanos integravam a prática religiosa da civilização asteca.

Por Rainer Sousa

Até o século XIII, na porção noroeste do México, observamos a presença de uma pequena tribo seminômade na região Aztlan. Por razões históricas não muito bem esclarecidas, essa população decidiu se deslocar para a direção sul, até alcançar o território do lago Texcoco, no vale do México. Após derrotar algumas populações que dominavam a região, este povo foi responsável pela criação da civilização asteca.
Ao longo de dois séculos de dominação, os astecas formaram um imponente império contendo mais de quinhentas cidades e abrigando mais de quinze milhões de habitantes. Nesse processo de deslocamento, também é importante falar sobre o estabelecimento da agricultura como atividade econômica fundamental. Graças à agricultura, os astecas tornaram-se uma numerosa civilização.
Primeiramente, as técnicas de plantio rudimentares se aliavam a uma latente indisponibilidade de terras propícias ao plantio. Contudo, esse obstáculo foi superado através da dominação do sistema de chinampas. Na chinampa, temos uma esteira posta sobre a superfície das regiões alagadiças. Na parte superior dessas esteiras, a fértil lama do fundo desses terrenos alagados era aproveitada para a plantação.
A dieta dos astecas era basicamente dominada pelo consumo de pratos feitos a partir do milho. Além disso, consumiam um líquido extraído do cacau, conhecido como xocoalt, uma espécie de ancestral do popular chocolate. Tabaco, algodão, abóbora, feijão, tomate e pimenta também integravam a rica mesa dos astecas. Curiosamente, o consumo de algumas carnes era reservado a membros das classes privilegiadas.
Portadores de uma forte cultura voltada ao conflito, os astecas tinham sua sociedade controlada por uma elite militar. O rei era o líder maior de todos os exércitos e exercia as principais funções políticas ao lado de outro líder destinado a criação de leis, a distribuição dos alimentos e a execução de obras públicas. Logo após essa elite política, tínhamos os militares e sacerdotes limitados à elite da sociedade asteca.
Logo em seguida, tínhamos a presença de comerciantes e artesãos que definiam a classe intermediária. O comércio tinha grande importância na civilização asteca, a troca comercial geralmente envolvia gêneros agrícolas, artesanato, tecidos, papel, borracha, metais e peles. Em algumas situações, os comerciantes atuavam como espiões e, por isso, recebiam a isenção de impostos.
Os camponeses ocupavam a mais baixa posição da hierarquia social asteca. Também devemos assinalar a existência de uma pequena população de escravos, obtidos por meio dos conflitos militares. A única via de ascensão acontecia por meio de algum ato de bravura executado em guerra. O soldado era prestigiado com a doação de terras, joias e roupas.
A cultura e o saber dos astecas tiveram expressão nos mais diversificados campos. Assim como os maias, estabeleceram a criação de um calendário que organizava a contagem do tempo e também cunharam um sistema de escrita. Em suma, a escrita deste povo era dotada de um sistema pictórico que combinava o uso de objetos e figuras e outro hieroglífico, sistematizado por símbolos e sons.
A medicina asteca não reconhecia limites e distinções para com as práticas religiosas. Curandeiros e sacerdotes integravam uma rica cultura religiosa cercada por vários dos deuses formadores de uma complexa mitologia fornecedora de sentido a vários eventos e dados da cultura asteca. Em algumas festividades, o sacrifício e o derramamento de sangue humano integravam os rituais astecas.


Cultura Inca


Por Araújo, A. Ana Paula de

Os Incas viveram aproximadamente de 3000 a.C. a 1500 d.C. no Peru, Chile, Bolívia e Equador, mais especificamente naCordilheira dos Andes. Os atuais povos indígenas do Peru são descendentes dos Incas.
Esse povo tornou-se conhecido em todo o mundo pela sua cultura e tradição, pelos objetos de ouro que confeccionavam, pela utilização de pedras em suas obras tais quais estradas nas montanhas, canais de irrigação, etc. Os Incas eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses como o trovão, a lua, o mar, o sol, etc. Sacrificavam animais e humanos em honra aos deuses que cultuavam.
A capital do Império Inca chamava-se Cuzco, e lá havia o maior templo de culto ao deus Sol, o principal deus da religião inca.
A sociedade inca era dividida em três grupos, que se organizavam hierarquicamente formando uma pirâmide: na base ficavam os yanaconas, que eram escravos selecionados para proteger seus senhores; na parte do meio da pirâmide ficavam os nobres que eram membros da família do Inca ou descendentes dos chefes de clãs; e os sacerdotes, denominados de “Grande Inca”, ficavam no topo da pirâmide e realizavam culto ao Sol. Eles eram responsáveis pelos cultos religiosos e pela educação dos jovens.
Homens casavam aos vinte anos e mulheres aos dezesseis. Eles mesmos escolhiam com quem casar e ao realizarem a cerimônia recebiam terras para morar.
Aos 10 anos as mulheres passavam por uma seleção. As mais inteligentes e bonitas, sendo da etnia dos Incas, eram escolhidas e mandadas para Cuzco. Lá eram educadas por mulheres mais velhas. Algumas se tornavam esposas do imperador ou de quem ele indicasse, outras permaneciam virgens para participar do culto solar. Estas se empregavam em fiar e tecer.
O restante do povo era responsável pela produção dos alimentos através da agricultura. A produção dividia-se em três partes: uma destinada ao culto do Sol, uma ao Inca e a outra à comunidade. O excedente de produção era armazenado em celeiros para períodos de fome ou para festejos. Eles contavam também com um eficiente sistema de irrigação.
No comércio não era utilizada nenhum tipo de moeda, mas sim nas feiras era de costume trocar alimentos por outros alimentos ou receber alimentos em troca de serviços prestados. Na maioria das vezes, porém, o povo produzia todo o necessário para a sua sobrevivência, dispensando a prática comercial. Apesar disso, os Incas desenvolveram um sistema numérico e um equipamento para auxiliar a contagem: três cordas indicando a dezena, a centena e a milhar, chamadas de “quipus”. Apenas alguns funcionários manuseavam os “quipus”.
A educação dos homens também era dada nas escolas de Cuzco, mas não era como a das mulheres. Era um sistema bem mais severo, não só com aulas sobre a religião, a história, etc., mas também aprendiam a lutar e fabricar armas além de praticarem violentos exercícios que por vezes os levavam até a morte. Estes que passavam por esta educação tinham a sua orelha furada ao terminarem, para indicar que eles faziam parte de uma elite formada por funcionários que eram chefes valorosos para o Império.
Quanto à sua cultura, praticavam diversas danças, como rituais, cada uma com seu significado e em ocasião adequada à mesma de acordo com os costumes e crenças.
O chamado “Vale Sagrado dos Incas” localiza-se nas cidades de Pisac e Machu Picchu, no Peru, prolongando-se por mais de 100km. Encontra-se a uma altura de 2800 metros acima do nível do mar, com temperatura média anual de 18°C. É chamado assim por ser localizado próximo a Cuzco e ser formado pelas correntezas do rio Willkanuta (Casa do Sol), além de possuir milenares centros administrativos, rica flora e fauna, inumeráveis riachos e cachoeiras entre os bosques mais altos do mundo. Os Incas realizavam uma peregrinação até lá por acreditarem que se tratava do rio sagrado. Para eles o rio era o espelho da Via-Láctea, sendo que esta era o rio sagrado no Céu e aquele o rio sagrado aqui na Terra.
A arquitetura do povo inca também é um fato notável. Além dos enormes desníveis no solo da região, aconteciam muitos terremotos, mas este povo foi tão brilhante em suas construções que até hoje elas permanecem. Tanto os vários quilômetros de estrada entre as montanhas, quanto o sistema de irrigação, as pontes, dentre muitas outras construções. A arte destacou-se, como já falamos através dos objetos de ouro, calçados e tecidos.
Embora tenham sido bastante desenvolvidos, não criaram nenhum sistema de escrita.

Cultura Maia



Os maias foram responsáveis por invenções nas mais variadas áreas do conhecimento.

Por Rainer Sousa

Assim como os olmecas, a civilização maia instiga uma série de questões não respondidas aos diversos paleontólogos, historiadores e antropólogos que investigam este povo pré-colombiano. Os indícios da origem da civilização maia repousam nos sítios arqueológicos da península do Iucatã, que datam entre 700 e 500 a.C. Contudo, novas pesquisas admitem uma organização mais remota, estabelecida em 1500 a.C..
Ao contrário de outras grandes civilizações, os maias não se organizaram politicamente através de uma estrutura de poder político centralizado. Em um vasto território que ia da Guatemala até a porção sul do México, observamos a presença de vários centros urbanos independentes. Entre as principais cidades integradas a esse sistema podemos destacar Piedras Negras, Palenque, Tikal, Yaxchilán, Copán, Uxmal e Labná.
O esplendor da sociedade maia é fundamentalmente explicado pelo controle e as disciplinas empregadas no desenvolvimento da agricultura. Entre os vários alimentos que integravam a dieta alimentar dos maias, podemos destacar o milho, produto de grande consumo, o cacau, o algodão e o agave. Para ampliar a vida útil de seus terrenos, os maias costumavam organizar um sistema de rotação de culturas.
O processo de organização da sociedade era bastante rígido e se orientava pela presença de três classes sociais. No topo da hierarquia encontramos os governantes, os funcionários de alto escalão e os comerciantes. Logo em seguida, temos funcionários públicos e os trabalhadores especializados. Na base da pirâmide ficavam os camponeses e trabalhadores braçais.
Os maias tiveram uma ampla gama de conhecimentos desenvolvidos no interior de sua cultura. De acordo com algumas pesquisas, eles utilizavam um sistema de contagem numérico baseado em unidades vigesimais e, assim como os olmecas, utilizavam do número “zero” na execução de operações matemáticas. Além disso, criaram um calendário bastante próximo ao sistema anual empregado pelos calendários modernos.
Um dos grandes desafios para os pesquisadores da civilização maia gira em torno da decifração do seu complexo sistema de escrita. Um dos maiores empecilhos está relacionado ao fato de que os signos empregados podem representar sons, ideias ou as duas coisas ao mesmo tempo. Além disso, indícios atestam que eles utilizavam diferentes formas de escrita para um único conceito.
A arquitetura desse povo esteve sempre muito ligada à reafirmação de seus ideais religiosos. Várias colunas, arcos e templos eram erguidos em homenagem ao grande panteão de divindades celebrado pela cultura maia. A face politeísta das crenças maias ainda era pautada pela crença na vida após a morte e na realização de sacrifícios humanos regularmente executados.
Por volta do século XIII, a sociedade maia entrou em colapso. Ainda hoje, não existe uma explicação que consiga responder a essa última questão envolvendo a trajetória dos maias. Recentemente, um grupo de pesquisadores norte-americanos passou a trabalhar com a hipótese de que a crise desta civilização esteja relacionada à ocorrência de uma violenta seca que teria se estendido por mais de dois séculos.

Barroco Europeu - Alguns países e seus pintores



Valéria Peixoto de Alencar

O surgimento da arte denominada "barroca" ocorreu no século 17, na Itália, provocado por uma série de mudanças econômicas, sociais e, principalmente, religiosas.

Um importante pintor barroco italiano foi Michelangelo Caravaggio (1571-1610). Em suas pinturas podemos perceber as características marcantes do barroco, que, na Itália, foi impulsionado pela reestruturação da Igreja Católica.

Da Itália, o barroco se difundiu pela Europa, manifestando-se de maneiras diferentes em cada país, mas preservando suas características básicas: a teatralidade da obra, o contraste claro-escuro, o realismo, o conflito, o forte apelo emocional, os temas míticos ou religiosos e as cenas cotidianas.


Espanha
Na Espanha, o barroco se desenvolveu principalmente na arquitetura, nos entalhes e nas decorações requintadas das construções, fossem religiosas ou não. Na pintura, teve forte influência do barroco italiano, com predomínio do realismo. O principal pintor barroco espanhol foi Diego Velázquez (1599-1660).




Diego Velázquez, Velha fritando ovos, 1618, óleo s/ tela

Observe no quadro Velha fritando ovos como o pintor consegue realçar as expressões faciais e a teatralidade da cena, ainda que se trate de um acontecimento banal do cotidiano. Neste caso, a expressividade é alcançada por meio de um grande domínio da representação da luz e da sombra, técnica imprescindível na pintura barroca.

Velázquez é muito conhecido por seu quadro As meninas e por pinturas retratando a realeza, pois ele era um dos pintores da corte do rei Felipe 4º, mas nunca deixou de retratar pessoas humildes.


Holanda
Durante o século 17, a Holanda passava por um grande período de desenvolvimento econômico.

Diferente da Itália e da Espanha, que eram países católicos, o protestantismo holandês trouxe algumas dificuldades para os artistas no que se refere à representação de cenas religiosas, mas não as impediu. Tais dificuldades, no entanto, acabaram por gerar belíssimos retratos, paisagens e naturezas-mortas.

Descritivo e realista, o artista holandês não se preocupava com padrões de beleza clássicos, preferindo retratar cenas do cotidiano. Dois importantes pintores do barroco holandês (também chamado barroco flamengo) foram Peter Paul Rubens (1577-1640) e Rembrandt van Rijn (1606-1669).




Rembrandt, A Sagrada Família, 1635, óleo s/ tela

Observe no quadro A Sagrada Família a luminosidade que é dirigida para as figuras de Maria e do Menino Jesus. Rembrandt conseguiu reproduzir em suas telas uma gradação de claridade nunca vista até então.


França
No período barroco, o poder monárquico era extremamente centralizador na França. O Absolutismo francês exerceu forte influência na arte, que deveria ser feita para o rei e os nobres, desprezando tudo que lembrasse pessoas comuns, simples ou humildes. Nicolas Poussin (1594-1665), Georges La Tour (1593-1652) e Claude le Lorrain (1605-1682) são exemplos de pintores desse período.


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Características principais da Arte Barroca Europeia, Brasileira e das Esculturas de Aleijadinho


Barroco Europeu

As obras dos artistas barrocos europeus valorizam as cores, as sombras e a luz, e representam os contrates. As imagens não são tão centralizadas quanto as renascentistas e aparecem de forma dinâmica, valorizando o movimento. Os temas principais são : mitologia, passagens da Bíblia e a história da humanidade.
As cenas retratadas costumam ser sobre a vida da nobreza, o cotidiano da burguesia, naturezas-mortas entre outros. Muitos artistas barrocos dedicaram-se a decorar igrejas com esculturas e pinturas, utilizando a técnica da perspectiva.
As esculturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente o sofrimento. Os traços se contorcem, demonstrando um movimento exagerado. Predominam nas esculturas as curvas, os relevos e a utilização da cor dourada.
Podemos citar como principais artistas do barroco: o espanhol Velázquez, o italiano Caravaggio, os belgas Van Dyck e Frans Hals, os holandeses Rembrandt Vermeer e o flamengo Rubens.
Barroco

Arte da Pintura - Jan Vermeer, c. 1665-1667

Barroco no Brasil

barroco brasileiro foi diretamente influenciado pelo barroco português, porém, com o tempo, foi assumindo características próprias.
A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidade auríferas de Minas Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII). Estas cidades eram ricas e possuíam um intensa vida cultura e artística em pleno desenvolvimento.
O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também conhecido como Aleijadinho. Sua obras, de forte caráter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os principais materiais usados pelos artistas barrocos do Brasil.
Podemos citar algumas obras de Aleijadinho : Os Doze Profetas e Os Passos da Paixão, na Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo (MG). Outros artistas importantes do barroco brasileiro foram: o pintor mineiro Manuel da Costa Ataíde e o escultor carioca Mestre Valentim. No estado da Bahia, o barroco destacou-se na decoração das igrejas em Salvador como, por exemplo, de São Francisco de Assis e a da Ordem Terceira de São Francisco.
Barroco
 
Detalhe de o Cristo do carregamento da Cruz, por Aleijadinho
Barroco

Busto do Profeta Daniel, Aleijadinho
Barroco

Última Ceia, Aleijadinho

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho

Seu projeto para a igreja de São Francisco, em Ouro Preto, por exemplo, bem como a sua realização, expressam uma obra de arte plena e perfeita. Desde a portada, com um belíssimo trabalho de medalhões, anjos e fitas esculpidos em pedra-sabão, o visitante já tem certeza de que está diante de um artista completo. Além de extraordinário arquiteto e decorador de igrejas foi também incomparável escultor. O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, é constituído por uma igreja em cujo adro estão as esculturas em pedra-sabão de doze profetas, cada um desses personagens numa posição diferente e executa gestos que se coordenam. Com isso, ele conseguiu um resultado muito interessante, pois torna muito forte para o observador a sugestão de que as figuras de pedra estão se movimentando.
Barroco
 
Imagem de São Francisco de Paula, Aleijadinho
Barroco
Basílica do Bom Jesus, Aleijadinho

Características da escultura de Aleijadinho

  • Olhos espaçados
  • Nariz reto e alongado
  • Lábios entreabertos
  • Queixo pontiagudo
  • Pescoço alongado em forma de V
Barroco

Profetas, Aleijadinho


Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/barroco/arte-barroca-1.php#ixzz1xg9XbW4B

Características gerais sobre a Arte Barroca


       
 Apesar das diferentes interpretações que se verificaram nos diferentes países e regiões, determinadas por diferentes contextos políticos, religiosos e culturais, este estilo apresentou algumas características comuns, como:
Ø   a tendência para a representação realista;
Ø   a procura do movimento e do infinito;
Ø   a tentativa de integração das diferentes disciplinas artísticas;
Ø   emocional sobre o racional: o seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio;
Ø   busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
Ø   violentos contrastes de luz e sombra;
Ø   pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida;
Ø   a amplitude, a contorção e a exagerada riqueza ornamental, ausência de espaços vazios e o gosto pela teatralidade.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Arte Pre Colombiana



Mural de José Clemente Orozco:

A idade de ouro pré-colombiana.


Arte Pré-colombiana foi o período anterior a chegada de Colombo ao Novo Mundo, se desenvolveu na América antes da vinda dos conquistadores espanhós. Trata-se de manifestações culturais de civilizações que se localizaram no México, na América Central eno norte da América do Sul, principalmente no Peru.
Quando os espanhós chegaram a América encontraram civilizações bem organizadas que possuiam preciosos tesouros.
A arte tinha inportância vital para a sociedade tribal. Atribuíam-se poderes mágicos a objetos como máscaras e cachinbos, achando assim que acalmariam a natureza, ajudando na sobrevivencia da tribo.
A Arte pré-colombiana se estende das montanhas do Peru às planices do meio-oeste dos Estados Unidos e ao Alasca.
Muito de sua arte era inspirada por visões.O xamã sarcedote e curandeiro, reproduzia objetos que os deuses lhe revelavam enquanto estava em trnse.Uma dessas esculturas são as extremamente retorcidas máscaras esquimós.Que estão entre as mais originais obras já vistas.


Os principais povos artesãos são:


- Navajos: sudeste dos EUA;
- Hopi: bonecos Kachina esculpidos em rais de algodoeiro;
- Kwakiutl: tribo da costa nordeste;
- Esquimó: tribo do Alasca;
- Maias: no México e na Guatemala;
- Astecas: a cidade do México;
- Incas: no Peru;








A arte pré-colombiana é conhecida, pelos trabalhos feitos em ouro pelas antigas culturas indígenas, considerados como os melhores do continente americano.O ouro foi utilizado na elaboração de peças de joalheria, anéis para o nariz, braceletes ou coroas, e como utensílios e oferendas para as cerimônias ritualísticas.



ARQUITETURA



Não existem construções pré-colombianas que tenham sobrevivido ao tempo. A razão está em que a maioria dos grupos indíginas utilizaram para a construção de suas moradias, materiais muito frageis: madeira e fibras vegetais, unidas com folhas de palma (tradição que continua em algumas regiões do Caribe). A pedra foi utilizada em pequena escala para centros cerimoniais e somente pelos grupos mais desenvolvidos. O melhor exemplo da arquitetura pré-colombiana é a cidade perdida, o antigo centro dos índios Tayrona, na Serra Nevada de Santa Marta. A maioria das habitações tem desaparecido, sem dúvidas, tem permanecido as estruturas de pedra e uma complexa rede de terraços e escadarias.



PINTURA E ESCULTURA




O periodo colonial esteve dominado por motivos religiosos, inclusive os gravados em madeira, retabolos, estátuas em madeira e altares elaborados pelos artistas locais. Pode-se apreciar em todas as igrejas daquela época e nas diversas pinacotécas do país.




MÚSICA




Era utilizada, nas cerimonias religiosas, festas e reuniões. Os indígenas utilizaram somente instrumentos de vento e percussão. Com a chegada dos espanhóis introduziram os instrumentos de corda. Tinham influencias de músicas africanas, que deu uma rica diversidade.Todos esses rítimos foram se fundindo, provocando novos rítimos.




ARTESANATO




Depois da conquista, os índios incorporaram em seus trabalhos as técnicas espanholas, porém mantiveram seus ancestrais motivos, desenhos e modelos.


A grande variedade de plantas e materiais existentes na região, contribuiram na diversidade do artesanato, que destacam-se os trabalhos em cestarias, tecidos e a olaria.


A região de Boyacá é a principal fabricante de artesanato do país.

Definição de Arte Pre Colombiana



Consideram-se arte pré-colombiana as manifestações artísticas dos povos nativos da América espanhola antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492. Tudo o que resta das grandes civilizações do período anterior à colonização do continente americano pelos europeus é sua "arte".  Neste caso "arte" compreende objetos com funções definidas, em geral mágica ou religiosa, e também artigos simplesmente belos, criados para decoração. Fazem parte do universo artístico dessas civilizações tanto os templos e casas quanto as esculturas, relevos, pinturas, utensílios domésticos, objetos ornamentais, amuletos e tecidos. De autoria desconhecida, as obras são realizadas por artífices, cuja tarefa é transpor para os materiais (pedra, barro, metal etc.) padrões de representação predeterminados pelas crenças ou ciências de cada povo. Entre os estudiosos, a identificação, a interpretação e a comparação dos sistemas de representação dos povos ameríndios servem para classificá-los e decifrar um pouco de sua cultura como um todo.
Descobertas arqueológicas indicam que o homem está presente na América há pelo menos 20 mil anos. Contudo, são três as principais civilizações ameríndias conhecidas. A mais antiga, maia, surge na península de Yucatán, na América Central, por volta de 2.600 a.C., e ocupa a região mesoamericana. Quando os espanhóis iniciam a colonização da América, esse povo já se encontra em declínio. Bem mais recente, o império asteca inicia-se em 1376 e vai até 1521, quando Tenochtitlán, a capital do império, é conquistada e destruída pelos espanhóis, que sobre ela edificam a atual Cidade do México. A terceira maior civilização pré-colombiana, a inca, se desenvolve nos Andes, na América do Sul, nas regiões atuais do Peru, Bolívia, Equador, expandindo-se a partes da Colômbia, Chile e Argentina. Nota-se que esses três povos coexistem ou são precedidos e influenciados por culturas importantes, como  aimará, chavín, mixteca, moche, nasca, olmeca, tolteca, teotihuacán, zapoteca e outras.
O período clássico da cultura maia ocorre entre os anos 300 e 900 d.C. Excelentes arquitetos, escultores e pintores, os maias são chamados de "intelectuais do Novo Mundo" por causa dos avançados sistemas numéricos e astronômicos, da escrita hieroglífica e de seu complexo calendário. Em esculturas e pinturas, utilizam tanto os padrões geométricos e zoomórficos estilizados quanto figuras humanas. O que pode parecer simples elemento decorativo, na verdade é a expressão dos sistemas lingüístico e numérico desse povo. Não conhecem a metalurgia e trabalham sobretudo com pedra e argila. Os exemplares mais significativos da pintura maia encontram-se em seus códices iluminados. Sabe-se que para eles toda cor é símbolo de algo (preta é a cor da guerra, amarela da fecundidade etc.) bem como a cada deus corresponde um algarismo. Itzama é o principal deus dos maias, considerado o criador do calendário, da escrita e do sistema numérico.
O povo maia se destaca pela organização de suas cidades e construções. Estas são edificadas ao redor de pátios e diferem conforme a função administrativa. Em geral são pouco elevadas e contrastam com os templos muito altos, construídos sobre elevadas pirâmides maciças de pedra. Esse material é cuidadosamente talhado, a fim de que as edificações tenham encaixes perfeitos. Os maias são responsáveis pela criação das "falsas abóbadas", utilizadas para cobrir corredores, quartos e jazigos. Todos os monumentos, templos e palácios são abundantemente decorados: esse povo tem horror a espaços vazios; em geral ornamentos e hieróglifos envolvem personagens representadas, e são compostos segundo um elevado sentido de simetria. O Palácio do Governador, em Uxmal (México), os templos, edifícios e esculturas monumentais das cidades de Copán (Honduras) e Tikal (Guatemala) estão entre as principais ruínas maias.
Os astecas, ou mexicas, herdam alguns elementos da cultura maia, como os templos edificados em plataformas sobre pirâmides. Também entram em contato com os toltecas antes de se instalar na margem ocidental do lago Texcoco, e fundar Tenochtitlán. A cidade é construída tanto em terra firme quanto em pequenas ilhas artificiais dentro do lago, historicamente conhecida como a "Veneza americana". O centro político, religioso e econômico é a construção chamada "Templo Maior". Povo guerreiro, o militarismo predomina em todos os aspectos da vida entre eles. Os principais deuses patrocinam as conquistas guerreiras; os ritos e a arte litúrgica envolvem o sacrifício de prisioneiros; as expressões plásticas insistem na iconografia relacionada com a guerra. Por isso, muitas das esculturas astecas têm ar macabro: é comum encontrar máscaras de crânios humanos decorados com barro ou crânios e cabeças de pedra com as órbitas vazias. As esculturas são sólidas, feitas em blocos maciços desbastados e de formas estilizadas. Os artistas e artesãos astecas têm grande habilidade manual: trabalham os metais e as pedras preciosas; dedicam-se à arte plumária e à fabricação de tecidos com motivos geométricos num rico colorido; executam pinturas murais e miniaturas em faixas de pele de veado ou feltro fino.
Os incas se desenvolvem em torno do lago Titicaca, na região dos Andes centrais peruanos. Iniciam processo de expansão e hegemonia em 1438 na capital, Cuzco, sul do Peru, dando origem ao império inca ou tawantinsuyo, em língua quéchua. Povo agrícola, os incas inventam o quipu, sistema contábil baseado em cordas de cores e tamanhos diversos, e não desenvolvem uma linguagem escrita. Na arquitetura dão preferência ao simples e funcional, sem muita decoração. Destacam-se pela organização e edificação das cidades (com plantas regulares em xadrez ou em forma oval), precedida por um trabalho de planificação e engenharia (utilizam principalmente técnica de encaixe de pedras para construir). Na cerâmica apreciam as formas puras trabalhadas com motivos geométricos e diversas cores. Os tecidos são ricos no colorido e decorados com desenhos estilizados. Sabem trabalhar com destreza o ouro e a prata, que utilizam na decoração de portas e muros ou como artefatos de adorno, e em objetos litúrgicos.

Definição de Intervenção



A noção de intervenção é empregada, no campo das artes, com múltiplos sentidos, não havendo uma única definição para o termo.
Na área de urbanismo e arquitetura, as intervenções urbanas designam programas e projetos que visam à reestruturação, requalificação ou reabilitação funcional e simbólica de regiões ou edificações de uma cidade. A intervenção se dá, assim, sobre uma realidade preexistente, que possui características e configurações específicas, com o objetivo de retomar, alterar ou acrescentar novos usos, funções e propriedades e promover a apropriação da população daquele determinado espaço. Algumas intervenções urbanísticas são planejadas com o intuito de restauração ou requalificação de espaços públicos, como as conhecidas revitalizações de centros históricos, outras objetivam transformações nas dinâmicas socioespaciais, redefinindo funções e projetando novos atributos.
Como prática artística no espaço urbano, a intervenção pode ser considerada uma vertente da arte urbana, ambiental ou pública, direcionada a interferir sobre uma dada situação para promover alguma transformação ou reação, no plano físico, intelectual ou sensorial. Trabalhos de intervenção podem ocorrer em áreas externas ou no interior de edifícios.
O termo intervenção é também usado para qualificar o procedimento de promover interferências em imagens, fotografias, objetos ou obras de arte preexistentes. Intervenção, nesse caso, possui um sentido semelhante à apropriação, contribuição, manipulação, interferência. Colagensassemblages, montagens, fotografias e desenhos são trabalhos que freqüentemente se valem desse tipo de procedimento.
Os projetos de intervenção são um dos caminhos explorados por um universo bastante diverso de artistas interessados em se aproximar da vida cotidiana, se inserir no tecido social, abrir novas frentes de atuação e visibilidade para os trabalhos de arte fora dos espaços consagrados de atuação, torná-la mais acessível ao público e desestabilizadora e menos mercantilizada e musealizada. Tal tendência, marcante da arte contemporânea, é geradora de uma multiplicidade de experimentações artísticas, pesquisas e propostas conceituais baseadas em questões ligadas às linguagens artísticas, ao circuito da arte ou ao contexto sociopolítico.
As linguagens, técnicas e táticas empregadas nesses trabalhos são bastante heterogêneas. Intervenções podem ser ações efêmeras, eventos participativos em espaços abertos, trabalhos que convidam à interação com o público; inserções na paisagem; ocupações de edifícios ou áreas livres, envolvendo oficinas e debates; performances; instalações; vídeos; trabalhos que se valem de estratégias do campo das artes cênicas para criar uma determinada cena, situação ou relação entre as pessoas, ou da comunicação e da publicidade, como panfletos, cartazes, adesivos (stickers), lambe-lambes; interferências em placas de sinalização de trânsito ou materiais publicitários, diretamente, ou apropriação desses códigos para criação de uma outra linguagem; manifestações de arte de rua, como o graffiti.
Diferentes trabalhos de arte podem ser qualificados como intervenção, não havendo, portanto, uma categorização única ou fronteiras rígidas que a separem da instalação, land artsite specific, performance, arte postal, arte xerox, mas sim uma confluência entre as tendências.Tomando o significado do vocábulo intervenção - como ação sobre algo, que acarreta reações diretas ou indiretas; ato de se envolver em uma situação, para evitar ou incentivar que algo aconteça; alteração do estabelecido; interação, intermediação, interferência, incisão, contribuição - podemos destacar alguns aspectos que singularizam essa forma de arte: a relação entre a obra e o meio (espaço e público), a ação imediata sobre determinado tempo e lugar, o intuito de provocar reações e transformações no comportamento, concepções e percepções dos indivíduos, um componente de subversão ou questionamento das normas sociais, o engajamento com proposições políticas ou problemas sociais, a interrupção do curso normal das coisas através da surpresa, do humor, da ironia, da crítica, do estranhamento. A reversibilidade de sua implantação na paisagem, seu caráter efêmero, é outra características das intervenções.
Algumas referências teóricas importantes para essa forma de expressão artística são o movimento situacionista e a fenomenologia, e, entre os movimentos estéticos, odadaísmo, o minimalismo, a arte povera e a arte conceitual. No plano internacional, entre as diversas práticas artísticas que podem ser identificadas com intervenções estão trabalhos de artistas bastante diferentes, como Richard Long (1945), Christo (1935), Richard Serra (1936) e Gordon Matta-Clark (1943-1978). No contexto brasileiro, alguns trabalhos de artistas como Flávio de Carvalho (1899-1973)Hélio Oiticica (1937-1980),Lygia Clark (1920-1988)Cildo Meireles (1948)Artur Barrio (1945)Paulo Bruscky (1949), grupo 3nós3, Dante Velloni (1954), podem ser considerados precursores das intervenções.
Como prática artística, as intervenções se consolidam no Brasil nos anos 1970, com propostas de grupos de artistas como o 3nós3, Viajou sem passaporte e Manga Rosa, que tomaram a cidade como campo de investigação e procuraram expandir o circuito de arte e a noção de obra de arte. Tais ações consistiam geralmente na introdução de elementos estranhos em situações cotidianas, com o objetivo de alterar a ordem habitual e buscar uma comunicação mais direta com o público.
No decorrer dos anos 1990 despontam intervenções orientadas por novas estratégias, trabalhos que mantêm em comum com os realizados em períodos anteriores a procura por alternativas aos circuitos oficiais e em atingir diretamente o público, mas que possuem um caráter marcadamente engajado, voltado a interferir numa situação dada para alterar seu resultado, numa tendência geral conhecida como artivismo. Tais projetos artísticos, geralmente empreendidos por coletivos de artistas existentes nas principais capitais do país, com freqüência se ligam a movimentos sociais ou comunitários, a iniciativas de organizações governamentais ou causas internacionais, como a diminuição da poluição e a crítica à globalização e ao neoliberalismo.
Diversas intervenções artísticas se concretizam sem licença para serem realizadas, por vezes ilicitamente. Tornam-se cada vez mais comuns as intervenções desenvolvidas com a aprovação institucional ou como encomendas especialmente projetadas para um determinado local, financiadas por uma instituição ou instância pública. Estas geralmente ocorrem no interior de museus, centros culturais ou galerias, espaço no qual o artista introduz elementos e materiais imprevistos, ou dispõe objetos corriqueiros, num arranjo inusitado, desvirtuando sua funcionalidade e provocando um estranhamento nos visitantes.

Definição de Happening



O termo happening é criado no fim dos anos 1950 pelo americano Allan Kaprow para designar uma forma de arte que combina artes visuais e um teatro sui generis, sem texto nem representação. Nos espetáculos, distintos materiais e elementos são orquestrados de forma a aproximar o espectador, fazendo-o participar da cena proposta pelo artista (nesse sentido, o happening se distingue da performance, na qual não há participação do público). Os eventos apresentam estrutura flexível, sem começo, meio e fim. As improvisações conduzem a cena - ritmada pelas ideias de acaso e espontaneidade - em contextos variados como ruas, antigos lofts, lojas vazias e outros. O happening ocorre em tempo real, como o teatro e a ópera, mas recusa as convenções artísticas. Não há enredo, apenas palavras sem sentido literal, assim como não há separação entre o público e o espetáculo. Do mesmo modo, os "atores" não são profissionais, mas pessoas comuns.
O happening é gerado na ação e, como tal, não pode ser reproduzido. Seu modelo primeiro são as rotinas e, com isso, ele borra deliberadamente as fronteiras entre arte e vida. Nos termos de Kaprow: "Temas, materiais, ações, e associações que eles evocam devem ser retirados de qualquer lugar menos das artes, seus derivados e meios". Uma "nova arte concreta", propõe o artista, no lugar da antiga arte concreta abstrata, enraizada na experiência, na prática e na vida ordinária, matérias-primas do fazer artístico. De acordo com Kaprow, os happenings são um desdobramento das assemblages e da arte ambiental, mas ultrapassa-as pela introdução do movimento e por seu caráter de síntese, espécie de arte total em que se encontram reunidas diferentes modalidades artísticas - pintura, dança, teatro, música. A filosofia de John Dewey, sobretudo suas reflexões sobre arte e experiência, o zen-budismo, o trabalho experimental do músico John Cage, assim como a action painting do pintor americano Jackson Pollock são matrizes fundamentais para a concepção de happening.
Cage é o responsável pelo Theater Piece # 1, ou simplesmente "o evento", realizado no Black Mountain College, na Carolina do Norte, Estados Unidos, em 1952, considerado o primeiro happening da história da arte. No espetáculo, M. C. Richards e o poeta Charles Olson lêem poemas nas escadas enquanto David Tudor improvisa ao piano e Merce Cunningham dança em meio à audiência. Pendurada, uma white painting de Robert Rauschenberg, uma velha vitrola toca discos de Edith Piaf. Café é servido por quatro rapazes de branco. Cage, sentado, lê um texto que relaciona música e zen-budismo, algumas vezes em voz alta, outras, em silêncio. O espetáculo apela simultaneamente aos sentidos da visão, audição, olfato, paladar e tato, e, além disso, envolve os artistas mencionados e outros participantes, que interferem, aleatoriamente, na cena. Kaprow inspira-se no evento de Cage na concepção de seu primeiro espetáculo, 18 Happenings in 6 Parts, em 1958. O músico é um de seus mestres, sobretudo suas ideias de acaso e indeterminação na arte.
Se o nome de Kaprow associa-se diretamente ao happening, tendo realizado uma infinidade deles - Garage Environment, 1960, An Apple Shrine, 1960, Chicken, 1962, entre outros -, é preciso lembrar que, nos Estados Unidos, artistas como Jim Dine, Claes Oldenburg, Rauschenberg e Roy Lichtenstein também realizaram diversos happenings. À lista deve ser acrescentado ainda o nome do artista lituano Georges Maciunas, radicado nos Estados Unidos, e o movimento Fluxus, por ele concebido e batizado por ocasião do Festival Internacional de Música Nova, em Wiesbaden, Alemanha, em 1962. O termo - do latim, fluxu "movimento" -, originalmente criado para dar título a uma publicação de arte de vanguarda, passa a caracterizar uma série de performances organizadas por Maciunas na Europa, entre 1961 e 1963.
Aderem às propostas do Fluxus, entre outros, o músico e artista multimídia Naum June Paik, e o alemão Joseph Beuys. As performances concebidas por Beuys - que ele prefere chamar de ações, evitando os nomes happening ou performance - na Alemanha se particularizam pelas conexões que estabelecem com um universo mitológico, mágico e espiritual. Nelas chamam atenção o uso frequente de animais - por exemplo, as lebres emThe Chief - Fluxus Chant, Copenhagen, 1963 -, a ênfase nas ações que conferem sentidos aos objetos e o uso de sons e ruídos de todos os tipos, num apelo às experiências anteriores à linguagem articulada e ao reino dos instintos, que os animais representam. Ainda em solo europeu, é possível lembrar performances realizadas nos anos 1960, por Yves Klein, na França, e, na trilha da arte povera italiana, os nomes de Jannis Kounellis e Vettor Pisani. No Japão, os happenings adquirem soluções novas com o Grupo Gutai de Osaka, que entre 1954 a 1972 reúne Jiro Yoshihara e mais quinze artistas.
No Brasil, Flávio de Carvalho é um pioneiro da performance, realiza várias a partir de meados dos anos 1950 - por exemplo, a relatada no livro Experiência nº 2. O Grupo Rex, criado em São Paulo por Wesley Duke LeeNelson LeirnerCarlos FajardoJosé Resende, Frederico Nasser, entre outros, também realiza uma série de happenings, como o concebido por Wesley Duke Lee, em 1963, no João Sebastião Bar. O Grande Espetáculo das Artes, como é chamado o evento, tem origem na irritação do artista por não conseguir expor a série Ligas, considerada excessivamente erótica. O happening tem como eixo uma atitude de rechaço à crítica e às galerias de arte. O chamado neo-realismo carioca -Antonio DiasRubens GerchmanCarlos VergaraPedro Escosteguy e Roberto Magalhães- envolve-se com o espetáculo e exposição coletiva PARE, em 1966. O evento, comandado pelo crítico Mário Pedrosa e inspirado nos programas de auditório do Chacrinha, é considerado por certos comentaristas como o primeiro happening no Brasil. Da década de 1980, devem ser mencionadas as Eletro-performances, espetáculos multimídia concebidos por Guto Lacaz.

Definição de Performance




Forma de arte que combina elementos do teatro, das artes visuais e da música. Nesse sentido, a performance liga-se ao happening (os dois termos aparecem em diversas ocasiões como sinônimos), sendo que neste o espectador participa da cena proposta pelo artista, enquanto na performance, de modo geral, não há participação do público. A performance deve ser compreendida a partir dos desenvolvimentos da arte pop, do minimalismo e da arte conceitual, que tomam a cena artística nas décadas de 1960 e 1970. A arte contemporânea, põe em cheque os enquadramentos sociais e artísticos do modernismo, abrindo-se a experiências culturais díspares. Nesse contexto, instalações, happenings e performances são amplamente realizados, sinalizando um certo espírito das novas orientações da arte: as tentativas de dirigir a criação artística às coisas do mundo, à natureza e à realidade urbana. Cada vez mais as obras articulam diferentes modalidades de arte - dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc. - desafiando as classificações habituais e colocando em questão a própria definição de arte. As relações entre arte e vida cotidiana, assim como o rompimento das barreiras entre arte e não-arte constituem preocupações centrais para a performance (e para parte considerável das vertentes contemporâneas, por exemplo arte ambientearte pública, arte processual, arte conceitual, land art, etc.), o que permite flagrar sua filiação às experiências realizadas pelos surrealistas e sobretudo pelos dadaístas.
As performances conhecem inflexões distintas no interior do grupo Fluxus. As exibições organizadas por Georges Maciunas (1931-1978), entre 1961 e 1963, dão uma projeção inédita a essa nova forma de arte. Os experimentos de Nam June Paik (1932), assim como os de John Cage (1912-1992) - por exemplo, Theather Piece # 1, 1952 -, que associam performance, música, vídeo e televisão, estão comprometidos com a exploração de sons e ruídos tirados do cotidiano, desenhando claramente o projeto do Fluxus de romper as barreiras entre arte/não-arte. O nome de Joseph Beuys (1921-1986) liga-se também ao grupo e à realização de performances - nome que ele recusava, preferindo o termo "ação" - que se particularizam pelas conexões que estabelecem com um universo mitológico, mágico e espiritual.
Trabalhos muito diferentes entre si, realizados entre 1960 e 1970, aparecem descritos como performances, o que chama a atenção para as dificuldades de delimitar os contornos específicos dessa modalidade de arte. Por exemplo, em contexto anglo-saxão, Gilbert & George (Gilbert Proesch, 1943, e George Passmore, 1942) conferem novo caráter às performances utilizando-se do conceito de escultura viva e da fotografia que pretende rivalizar com a pintura. Uma ênfase maior no aspecto ritualístico da performance é o objetivo das intervenções do grupo de Viena, o Actionismus, que reúne Rudolf Schwarzkogler (1941-1969), Günther Brüs (1938), Herman Nitsch (1938) e outros. Um diálogo mais decidido entre performance e a body art pode ser observado em trabalhos de Bruce Nauman (1941), Schwarzkogler e Vito Acconci (1940). As performances de Acconci são emblemáticas dessa junção: em Trappings (1971), por exemplo, o artista leva horas vestindo o seu pênis com roupas de bonecas e conversando com ele. Em Seedbed(1970), masturba-se ininterruptamente.
No Brasil, Flávio de Carvalho (1899-1973), foi um pioneiro nas performances a partir de meados dos anos de 1950 (por exemplo a relatada no livro Experiência nº 2). O Grupo Rex, criado em São Paulo por Wesley Duke Lee (1931-2010)Nelson Leirner (1932)Carlos Fajardo (1941)José Resende (1945), Frederico Nasser (1945), entre outros, realiza uma série de happenings, por exemplo, o concebido por Wesley Duke Lee, em 1963 no João Sebastião Bar (alguns críticos apontam parentescos entre o Grupo Rex e o movimento Fluxus). A produção de Hélio Oiticica (1937-1980) dos anos de 1960 - por exemplo osParangolé - guardam relação com a performance, por sua ênfase na execução e no "comportamento-corpo", como define o artista. Nos anos 1970, chama a atenção as propostas de Hudinilson Jr. (1957). Na década seguinte, devemos mencionar as Eletro performances, espetáculos multimídia concebidos por Guto Lacaz (1948).

Texto sobre o Impressionismo


“Mulheres no Jardim” de Claude Monet.
“Mulheres no Jardim” de Claude Monet.
Surgido na França em 1874, o impressionismo foi um movimento artístico que passou a explorar, de forma conjunta, a intensidade das cores e a sensibilidade do artista. A denominação “impressionismo” foi dada após a declaração pejorativa do crítico de arte francês Louis Leroy ao ver a tela “Impression du Soleil Levant”, de Monet, um dos principais artistas do movimento.
Os impressionistas buscavam retratar em suas obras os efeitos da luz do sol sobre a natureza, por isso, quase sempre pintavam ao ar livre. A ênfase, portanto, era dada na capacidade da luz solar em modificar todas as cores de um ambiente, assim, a retratação de uma imagem mais de uma vez, porém em horários e luminosidades diferentes, era algo normal. O impressionismo explora os contrastes e a claridade das cores, resplandecendo a ideia de felicidade e harmonia.

Para os impressionistas, os objetos deveriam ser retratados como se estivessem totalmente iluminados pelo sol, valorizando as cores da natureza. Além disso, as figuras não deveriam ter contornos nítidos e o preto jamais poderia ser utilizado; até as sombras deveriam ser luminosas e coloridas.

Os principais artistas impressionistas foram Monet, Manet, Renoir, Camile Pissaro, Alfred Sisley, Vincent Van Gogh, Degas, Cézanne, Caillebotte, Mary Cassatt, Boudin, Morisot, etc. No Brasil, o representante máximo do impressionismo foi Eliseu Visconti, o qual teve contato com a obra dos impressionistas e soube transformar as características do movimento conforme a cor e a atmosfera luminosa do nosso país.
Por Tiago Dantas

Resumo sobre o Barroco Europeu


Barroco

A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também aocontinente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicadopara designar pérolas de forma irregular. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência,que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismoda arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forçasantagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matériaSuas características gerais são:* emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fédeveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.* busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;* entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;* violentos contrastes de luz e sombra;* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.

ARQUITETURA BARROCA -

Na arquitetura barroca, a expressão típica são as Igrejas, construídas em grande quantidade duranteo movimento de Contra-Reforma. Rejeitando a simetria do renascimento, destacam o dinamismo e a imponência, reforçados pelaemotividade conseguida através de meandros, elementos contorcidos e espirais, produzindo diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadasquanto no desenho dos interiores.Quanto à arquitetura sacra, compõe-se de variados elementos que pretendem dar o efeito de intensa emoção e grandeza. O teto elevadoe elaborado com elementos de escultura dão uma dimensão do infinito; as janelas permitem a penetração da luz de modo a destacar asprincipais esculturas; as colunas transmitem uma impressão de poder e de movimento.Quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era construído emtrês pavimentos. Os palácios, em vez de se concentrarem num só bloco cúbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limitessobre a paisagem, em várias alas, numa repetição interminável de colunas e janelas. A edificação mais representativa dessa época é o deVersalhes, manifestação messiânica das ambições absolutistas de Luís XIV, o Rei Sol, que pretendia, com essa obra, reunir ao seu redor -para desse modo debilitá-los - todos os nobrespoderosos das cortes de seu país.

PINTURA

- Características da pintura barroca:* Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidadegeométrica e o equilíbrio da arte renascentista.* Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação deprofundidade.* Realista, abrangendo todas as camadas sociais.* Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.Dentre os pintores barrocos italianos:

Caravaggio

- o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo daluz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador. Obra destacada: Vocação de São Mateus.

Andrea Pozzo

- realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão deque as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homenspara a santidade. Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos:

Velázquez

- além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipospopulares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. Obra destacada: O Conde Duque deOlivares.

Rubens (espanhol)

- além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas doscorpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes- o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. Obra destacada: O Jardim do Amor.

Rembrandt (holandês)

- o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra,mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Obra destacada: Aula deAnatomia.

ESCULTURA


- Suas características são: o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e osgestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Bernini

- arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como,por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.Para seu conhecimento

TEOCENTRISMO x ANTROPOCENTRISMO

– O rebusca-mento da arte barroca é reflexo do dilema em que vivia o homem doseiscentismo (os anos de 1600). Daí as preferências por temas opostos: espírito e matéria, perdão e pecado, bem e mal, céu e inferno.Tudo isso gerava a preocupação com a brevidade da vida (carpe diem)