quarta-feira, 30 de maio de 2012

Arte Cristã Bizantina

Mais sobre Arte Bizantina.

Arte bizantina
O termo arte bizantina refere-se à expressão artística de caráter religioso do Império Bizantino. No entanto, deve-se lembrar que esta tendência artística, por meio de influência político-religiosa, expandiu-se para regiões fora das fronteiras imperiais.



                                            Mosaicos religiosos Bizantinos
História
      O crescente problema nas fronteiras causado pelos bárbaros, além de problemas dentro de Roma com o senado constantemente se envolvendo em questões relacionadas ao reinado dos imperadores, fez com que os imperadores optassem por outras cidades para serem sedes do império. O imperador Constantino I transferiu a capital do império para Bizâncio, antiga cidade renomeada mais tarde para Constantinopla. Neste local reúnem-se toda uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística.
O movimento viveu o seu apogeu no século VI, durante o reinado do imperador Justiniano I ao qual se sucede um período de crise denominado Iconoclasta e que consiste na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito político entre os imperadores e o clero.
Após a crise iconoclasta, houve uma nova era de ouro da arte bizantina que se extendeu até o fim do império no século XV. No entanto, reminiscências desta arte permaneceram embuidas dentro da religião ortodoxa e em regiões como a Rússia que receberam grande influência da cultura bizantina.
                                                                Constantinopla
                                                                       Constantino               
           
                                                     
                                                                          Jesus Cristo                      
   
Influências
A localização de Constantinopla permite à arte bizantina a absorção de influências vindas de Roma, da Grécia e do Oriente e a interligação de alguns destes diversos elementos culturais num momento de impulso à formação de um estilo repleto de técnica e cor.
A arte bizantina está intimamente relacionada com a religião, obedecendo a um clero fortalecido que possui, além das suas funções naturais, as funções de organizar também as artes, e que consequentemente relega os artistas ao papel de meros executores.
Também o imperador, assente num banco regimico teocrático, possui poderes administrativos e espirituais. Sendo o representante de Deus na Terra, é convencionalmente representado com uma auréola sobre a cabeça e não é raro encontrar um mosaico onde esteja representado com a esposa ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.Tambem encontramos o imperador em muitas boates de estripe, pela antiga cidade bizantina que fica no caminho das indias.
                                           Império Bizantino       
                      
                                                     Cosntantino         
                                 Arte com influência Grega e romana
Pintura
No século V, em Bizâncio, emergiu um novo império cristão que duraria mil anos, criando uma nova forma de arte, nascida do Cristianismo. Em Roma, nas antigas catacumbas cristãs, há uma série de murais que datam das perseguições aos cristãos nos séculos III e IV. São os primeiros exemplos de pintura no Período Bizantino.
No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitivia evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi a característica principal do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica. Os ícones também marcaram esta primeira etapa da arte bizantina.
Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão iconoclasta, uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada.



Mosaico
mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas,e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.

                                             Teodora




Arquitetura
A arquitetura teve um lugar de destaque, operando-se nela a importantes inovações. Foi herdeira do arco, da abóbada e da cúpula, mas também, do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais.
A expressão artística do período influenciou também a arquitetura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circularoctogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados.
Catedral de Santa Sofia é um dos grandes triunfos da técnica bizantina. Projectada pelos arquitectos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido.




Escultura
Este gosto pela decoração, aliado à aversão do cristianismo pela representação escultórica de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.



Waldomiro de Deus - Artista Naif

Para quem vai pesquisar sobre Waldomiro de Deus, clique aqui:http://artepopularbrasil.blogspot.com.br/2011/02/waldomiro-de-deus.html

Rubem Valentim


Rubem Valentim

Reelaboração do construtivismo

Valéria Peixoto de Alencar*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Rubem Valentim (1922-1991) nasceu em Salvador, Estado da Bahia. Autodidata, começou a pintar na década de 1940. Vinculou-se ao movimento de renovação das artes e das letras na Bahia, entre 1946 e 1947. Depois, cursou jornalismo na Universidade da Bahia, formando-se em 1953, quando passou a escrever artigos sobre arte.

Em 1957 mudou-se para o Rio de Janeiro e foi professor assistente de Carlos Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes. Participou intensamente da vida artística do Rio e de São Paulo, expondo em mostras importantes, inclusive em diversas Bienais.

Em 1963 mudou-se para Roma, onde residiu por três anos. Em sua volta para o Brasil, morou em Brasília, onde dirigiu o Ateliê Livre do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília, até 1968.

Em 1972, fez um mural de mármore, considerado sua primeira obra pública, para o edifício-sede da Novacap em Brasília. Em São Paulo realizou escultura de concreto, instalada na Praça da Sé:


Reprodução
Marco sincrético da cultura afro-brasileira. 1978-79. Concreto armado.

Cultura afro-brasileira

Rubem Valentim é considerado um dos maiores artistas representantes da cultura afro-brasileira.

No início de sua carreira, sua pintura demonstrava traços parisienses, como no trabalho Composição nº 5, no qual é possível notar a influência deFernand Léger:


Reprodução
Composição nº 5.Óleo sobre madeira

Contudo, por volta de 1955/56, movido por questões ideológicas, buscou na cultura popular afro-brasileira as características que norteariam seu trabalho até o final da vida, em suas pinturas, esculturas e objetos.


Reprodução
Pintura 12. 1965. Têmpera sobre tela.

Observe a pintura acima. As formas geométricas sintetizam elementos presentes nos cultos afro-brasileiros, por exemplo, os oxês de Xangô (o machado duplo de Xangô).

Reelaborando o pensamento construtivista, Valentim passou a empregar signos inspirando-se nas ferramentas e nos instrumentos simbólicos do candomblé, sintetizando-os nas formas geométricas.

Com isso, ele criou uma espécie de escrita para esses elementos, uma nova signografia, o que faz com que suas obras possam ser lidas por quem possua as referências da religiosidade afro-brasileira, identificando tais objetos, o que não exclui outras possibilidades de leitura, devido às cores e formas utilizadas.


Reprodução
Emblema, logotipo poético.1974. Acrílica sobre tela.

Leia mais

  • Sobre Rubem Valentim.
  • Sobre o construtivismo.
  • *Valéria Peixoto de Alencar é historiadora formada pela USP e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. É uma das autoras do livroArte-educação: experiências, questões e possibilidades (Editora Expressão e Arte).

    segunda-feira, 28 de maio de 2012

    O que é Arte Naif



    O que não é Arte Naïf

    Arte Naïf não é arte primitiva. Essa denominação é mais apropriada para os povos que vivem num tempo histórico preciso, como a arte pré-histórica, as culturas africanas ou os criadores de arte cristã do início da Idade Média. Seus criadores, anônimos, vinculam-se a um estado preciso de evolução cultural e não têm uma PREOCUPAÇÃO ESTÉTICA, mas uma função social ritual dentro de suas culturas particulares, ligada a atividades de caça, pesca, coleta, magia ou religião.

    Arte Naïf não é arte folclórica, do povo, tradicional, rústica ou provinciana. Estas, segundo o crítico Arnold Hauser, revelam influência mínima do GOSTO INDIVIDUAL, pois o artista é um porta-voz da comunidade, um veículo da visão estética do grupo.

    Arte Naïf não é arte dos Pintores do Coração Sagrado, denominação dada pelo marchand e historiador de arte Wilhelm Uhde a Louis Vivin, Camile Bombois, Louis Séraphine e André Bauchant, grupo de artistas que se caracterizam por forte emoção e a revelação de um MUNDO INTERIOR muito específico.

    Arte Naïf não é criação de pintor amador, pois estes realizam obras parecidas às dos ARTISTAS PROFISSIONAIS, mas sem qualquer valor estético, pois tentam dominar técnicas, formas e estilos, adquirindo esse conhecimento a partir dos mestres.

    Arte Naïf não é feita pelos chamados Pintores de Domingo ou da Semana de Sete Domingos, segundo a denominação de Anatole Jakovski, que tomam a atividade de pintar como uma ocupação ocasional, um hobby, não uma ATIVIDADE PRATICADA INTENSA E SERIAMENTE.

    Arte Naïf não é arte feita por crianças. O sistema de figuração delas corresponde a estágio específico do desenvolvimento mental, em que deformações anatômicas ou falhas de perspectiva não são expressões de um ESTILO PESSOAL, mas expressões do estado imaturo da consciência emocional.

    Arte Naïf não é criada por mestres populares da realidade, denominação dada a Maximilien Gauthier àqueles que reproduzem artisticamente o mundo que os cerca, porque isso exclui os pintores sonhadores e desligados da realidade, aqueles considerados VISIONÁRIOS.

    Arte Naïf não é só feita pelos pintores de instinto, nome dado por René Huyghe, ou pintores de instinto e do coração, de acordo com Bernard Dorival, denominações muito usadas na Europa central, onde o termo ARTE INSTINTIVA também é comum. Ele inclui não só os naïfs, mas também aos artistas gráficos de antigas civilizações tecnologicamente menos avançadas.

    Arte Naïf não é apenas arte ínsita (inata), termo usado nas Trienais de Bratislava, na Eslováquia, que valoriza a importância do conteúdo inconsciente e trata a expressão artística como um dom uma dádiva dos deuses, excluindo a possibilidade do AUTODIDATISMO, ou seja, da construção e aquisição e construção de um conhecimento pelo próprio pintor.

    Arte Naïf não é Arte imediata, nome dado por Patrice Walberg a produções artísticas feitas com espontaneidade rapidez, porque isso exclui a possibilidade de uma PRODUÇÃO MAIS ELABORADA.

    Arte Naïf não é Arte Bruta, aquela feita por pacientes nas clínicas psiquiátricas, definida pelo artista plástico Jean Dubuffet como uma expressão artística selvagem, indomável e NÃO DOMESTICADA. As manifestações da Arte Bruta, mantém, portanto, pouca relação com a tradição ou com as tendências da moda. A denominação, assim, se aplica apenas a autores marginais, com problemas mentais ou de reduzida inserção social.

    Arte Naïf é atualmente chamada por muitos de Primitiva Moderna, termo criado por Georges Kasper que recebe o aval de Bihalji-Merin. Ressalte-se que os naïfs ou primitivos modernos, ao contrário dos tradicionais primitivos, não são produto de um estado preciso de evolução cultural e não tem uma função social em suas culturas particulares, baseando-se sim no INDIVIDUALISMO.

    O que é Arte Naïf

    Qualquer definição é limitadora, mas necessária para evitar uma anarquia de nomenclaturas. Em linhas gerais, pode-se considerar artista naïf (ingênuo, em francês) aquele que se caracteriza por ter a si mesmo como único padrão. Sem referências culturais limitadoras e sem dominar um conhecimento teórico e dogmático sobre sua atividade, produz suas telas livremente. Há inclusive aqueles que começam a pintar tardiamente por falta de tempo, pelo desejo inicial de dar vazão à criatividade nos momentos de lazer ou pelo surgimento da vontade, consciente ou não, de inscrever o nome na posteridade.

    Sem modelos, os naïfs enfocam os temas mais variados, predominando cenas da vida cotidiana (rurais ou urbanas), geralmente com minuciosas descrições e precioso detalhismo. Para a historiadora brasileira Marta Dantas, o segredo da arte naïf estaria justamente nessa distância entre o objetivo almejado pelo artista e a sua falta de técnica acadêmica para concretizá-lo.

    Surge daí um artista imerso numa jornada única. Ele não continua uma tradição nem rompe com uma, pois, simplesmente, não as estudou e não se preocupa com as normas impostas pelas academias e críticos de arte. Seu objetivo é representar uma imagem ou pensamento sem levar em conta qualquer tipo de barreira conceitual ou técnica. O resultado, portanto, dependerá de sua sensibilidade, talento e capacidade de ser, acima de tudo, fiel a si mesmo.

    O primeiro a receber a denominação de arte naïf foi o pintor francês Henri Rousseau, na segunda metade do século XIX. O autor do batismo foi o escritor Alfred Jarry, que se fascinou com a obra daquele alfandegário autodidata, capaz de criar imagens fantásticas como A cigana adormecida.

    A partir daí, o termo foi usado para designar os artistas que não cursaram Escolas de Belas Artes e não se filiam a nenhum dos movimentos consagrados na história da arte, como impressionismo, surrealismo ou expressionismo. A denominação foi consagrada pela crítica e naïfs podem ser encontrados em todo o mundo, principalmente em países do Leste Europeu, como Iugoslávia, Hungria e Eslováquia, Haiti, França, EUA, Brasil, Argentina, Espanha e Portugal.

    Desproporções, cores vibrantes, freqüente ausência de profundidade e criatividade espontânea, sem a preocupação de seguir padrões, passaram a ser então as características mais constantes desses naïfs, artistas não intelectualizados que apresentam justamente aquilo que falta à chamada arte acadêmica, ou seja, simplicidade e espontaneidade individual.
    Oscar D’Ambrosio é jornalista, crítico de arte e autor de Os pincéis de Deus: vida e obra do pintor naïf Waldomiro de Deus(Editora UNESP).

    sexta-feira, 25 de maio de 2012

    Arthur Bispo do Rosário


    As artes de Arthur Bispo do Rosário


    Com diagnóstico de esquizofrenia-paranóide, ele viveu recluso por meio século e morreu há 20 anos, mas sua obra atravessou os muros da instituição psiquiátrica e obteve reconhecimento

    por Luciana Hidalgo

    IMAGENS: EDITORA ROCCO/DIVULGAÇÃO





    Arthur Bispo do Rosário perambulou numa delicada região entre a realidade e o delírio, a vida e a arte. No refúgio de sua cela no Hospital Nacional dos Alienados, na Praia Vermelha, o paciente psiquiátrico produziu mais de mil obras consagradas no mercado internacional de arte contemporânea. Criou um universo lúdico de bordados,assemblages, estandartes e objetos durante os mais obscuros períodos da psiquiatria – época dos eletrochoques, lobotomias e tratamentos violentos aplicados para o controle de crises. Sem se dar conta, Bispo não só driblou os mecanismos de poder no manicômio como utilizou sobras de materiais dispensados no hospital para criar suas obras, inventando um mundo paralelo, feito para Deus.

    Dizia-se um escolhido do todo-poderoso, encarregado de reproduzir o mundo em miniaturas. Eram suas “representações”, afirmava. Paradoxalmente, as obras, que deveriam representar tudo o que havia na Terra acabariam reconhecidas como peças de vanguarda, incluídas por críticos em importantes movimentos artísticos. Sua arte genial chegou a representar o Brasil na prestigiada Bienal de Veneza, além de correr museus pelo mundo, a exemplo do Jeu de Paume, em Paris. Curiosamente, em vida, Bispo recusava o rótulo de “artista”, dado o caráter divino de sua tarefa. Mas a potência de sua obra ignora limites e até hoje atravessa fronteiras, transgredindo convenções e levando espectadores de todo o mundo ao encantamento.

    A história da “loucura” de Bispo remonta à noite de 22 de dezembro de 1938, quando, aos 29 anos, conduzido por um imaginário exército de anjos, andou pelas ruas do Rio com um destino certo: ia se “apresentar” na igreja da Candelária, no centro. Peregrinou pelas várias igrejas enfileiradas na rua Primeiro de Março e terminou no Mosteiro de São Bento, onde anunciou a uma confraria de padres que era um enviado, incumbido de “julgar os vivos e os mortos”. Detalhes dessa narrativa, meio real meio ficcional, constam de um estandarte bordado por Bispo, uma das belas peças de sua vasta obra, que mistura autobiografia e autoficção. É nesse estandarte que Bispo registra a frase-síntese de sua vida e obra Eu preciso destas palavras – Escrita. A palavra tinha para ele status extraordinário, por isso seus bordados estão repletos de nomes de pessoas, trechos poéticos, mensagens.

    O dia 24 de dezembro de 1938 foi um divisor de águas psíquico para Bispo. Era Natal, ele se convertia na figura de Jesus Cristo, mas acabaria sob o domínio da psiquiatria. Interditado pela polícia dois dias após a sua “anunciação”, foi enviado ao Hospital Nacional dos Alienados, na Praia Vermelha, onde rótulos não tardariam a marcar sua ficha: negro, sem documentos, indigente. Existem mais Quatro Artigos sobre ele. É só Clicar aqui: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/as_artes_de_arthur_bispo_do_rosario.html

    Literatura de Cordel


    que é literatura de cordel





    Reprodução

    Literatura de cordel é um gênero literário típico dos estados do nordeste brasileiro que se caracteriza por ser uma expressão artística popular com estrutura narrativa em versos, compostos a partir de formas poéticas fixas, para serem declamados geralmente em feiras e outros eventos populares. Ela é impressa em folhetos baratos, normalmente de papel jornal, que são ilustrados por xilogravuras e expostos em cordas, daí o nome "literatura de cordel". Influenciada pelas tradições medievais europeias e pelas culturas africanas, indígenas e pelo folclore brasileiro, as primeiras obras da literatura de cordel (ou "folhetos" como seus autores e apreciadores a chamavam) surgiram no século 19 e conquistaram seu público nas feiras de agricultores realizadas nas regiões rurais nordestinas. Além de tornar-se extremamente popular, principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, no final do século 19 e ao longo do 20, a literatura de cordel também despertou o interesse de pesquisadores e de importantes escritores. João Cabral de Mello Neto, um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, usou a literatura de cordel para escrever o poema "Morte e Vida Severina" (1955), uma de suas mais famosas obras.

    Instalação - Arte Contemporânea

    Para vocês do Terceiro Ano.
    Clique aqui: http://lazer.hsw.uol.com.br/instalacao.htm

    Objetos - Arte Contemporânea

    A difícil arte de se entender a arte contemporânea


    Quem faz a obra de arte? O artista ou o espectador? O artista que lhe confere a intenção artística? ou o espectador que percebe a obra e no ato de percebe-la ele a interpreta, e nessa interpretação ele a cria? Mas essa criação é suficiente para definir a artisticidade de um objeto?

    Quem nunca se surpreendeu ou detestou a arte contemporânea que atire a primeira pedra.





    Brillo Box, Andy Warhol



    A teoria da arte contemporânea não explica de forma sistemática, embora justifique, porque a Brillo Box de Warhol é uma obra de arte e a Brillo Box do supermercado não é… Voilá uma das diferenças fundamentais entre a arte contemporânea e a arte moderna e antiga. Sobre as duas últimas, havia uma teoria que dava conta de explicar o que era arte, o que não era, e os porques implicados nestas diferenças de estatuto. Porém, a partir da pop arte não mais havia na história da arte uma teoria que fosse eficiente na explicação do que era ou não arte e por que. A única explicação aceitável para a arte contemporânea era: isso é arte pois quem a fez quis que assim o fosse.











    Um bom exemplo deste problema aparece na hipótese dos quadros vermelhos que Arthur Danto propõe em seu Transfiguração do lugar comum (Cosac & Naify). O filósofo coloca a coisa nos seguintes termos: imaginemos uma exposição composta por quadros vermelhos, cada um de um autor diferente e cada qual com seu conteúdo e conceito distinto. Ele analisa a partir daí questões como: a similitude entre 2 coisas não as torna coisas iguais, e muito menos não as torna uma imitação da outra (“Água benta não é somente água”, por exemplo). E por aí, como é possível assumir atitudes distintas em relação a qualquer objeto, mesmo que sejam terrivelmente idênticos na aparência (isso vem de Kant).



    Danto fala:

    “…a diferença entre arte e realidade seria menos uma questão das coisas em si do que das atitudes, e portanto não dependeria das coisas com que nos relacionamos, mas de como nos relacionamos com elas.”

    “Parece agora que qualquer coisa pode acontecer no espaço delimitado do palco, imitação ou não da realidade, contínua ou descontínua em relação à vida, pelo simples fato de ocorrer, por assim dizer, entre parênteses, é arte.”

    “… Assim como um homem é marido somente porque preenche determinadas condições definidas pelas instituições, ainda que seu aspecto exterior não o diferencie de qualquer outro homem. Isso nos trás de volta onde começamos…”

    Parece que conhecer uma obra de arte contemporânea dependerá muito mais do que ela diz (silenciosamente e invisivelmente) ao observador do que como ela se apresenta. A obra de arte atual pode parecer qualquer coisa, menos arte (no sentido tradicional de quadros e esculturas, desenhos e objetos bonitos). Veja as imagens abaixo, são de Contención, a instalação de Geysell Capetillo, artista cubana convidada à 26a Bienal de São Paulo de 2004!





    Capetillo, Contención 2003

    O contrário também é verdadeiro. Ou seja, muitas vezes imagens e objetos com cara de obra de arte não podem ser considerados como tal, pois não foram realizados com aquela finalidade. A obra de Arthur Bispo do Rosario é um excelente exemplo: peças votivas e religiosas que o próprio Bispo negou serem obras de arte diversas vezes (pois sua finalidade era bem específica, serviriam de prova para seu reconhecimento ao Pai no dia de sua passagem). No entanto, depois de sua morte, tais peças foram assimiladas pela instituição Arte Brasileira e Bispo tornou-se um importante nome da arte nacional, sem nunca ter sido artista, sem ter feito sequer uma obra de arte…





    Vitrine Bugingangas



    Vitrine





    Detalhe de uma Vitrine de Bispo



    Adoro o caso de Bispo, amo suas imagens pois ele nos prova que nem toda boa imagem precisa ser considerada artística para ser realmente boa. Excelentes objetos e imagens podem pertencer a outro sistema distinto ao das artes. Como o sistema das imagens religiosas e de devoção (ao qual a obra de Bispo pertence) ou a uma série de outros como publicidade, pornografia, cultura popular, esoterismo, etc., que também produzem imagens tão interessantes como a arte, mas que não precisam ser rotuladas como tal para terem seu mérito. Costumo dizer aos meus alunos que, atualmente, não podemos acreditar que a maior ambição de uma imagem seja tornar-se uma obra de arte. Ou seja, ser uma obra de arte já não é mais o melhor bônus para as imagens contemporâneas. Vivemos no tempo das imagens, na cultura das imagens. Atualmente temos a chance de viver a experiência de interpretação de uma imagem de forma mais horizontal, sem colocar hierarquias e rótulos naquilo que se vê e se consome. Isso quer dizer que uma obra de arte tem o mesmo interesse e valor simbólico para cultura que uma peça de design, que uma ilustração publicitária, que um seriado de TV ou uma obra do folclore. Sim. Não estou falando de valor econômico e sim do valor enquanto objeto cultural, cada vez mais desaparecem os degraus entre as imagens.

    Assim, algumas imagens da arte contemporânea podem nem ser tão interessantes do ponto de vista visual, pois a arte atual abre mão da estética, da estesia propriamente dita, para alcançar outros níveis de compreensão e reflexão, extrapolando o apenas visual.

    Voltando ao Arthur Danto (Transfiguração…), mais uma vez o filósofo cria uma situação hipotética, falando agora das Gravatas azuis de Picasso, de uma criança, de Cézanne, e de um falsificador. Os objetos em discussão são 4 gravatas simples pintadas com tinta azul, as 4 são semioticamente idênticas entre si, não podendo ser distinguidas apenas pela observação.

    A primeira foi feita por Picasso, e apesar de ter a aparência de uma gravata qualquer pintada de tinta azul, foi feita a partir de uma série de reflexões sobre a arte e as imagens e, além disso, terá a assinatura inquestionável de um grande artista, logo é arte e pronto. A segunda é uma gravata azul criada por uma criança, cuja mãe após visitar a exposição da Gravata de Picasso, indignada, propõe provar que aquilo não é arte e pede ao filho pequeno que faça uma gravata idêntica àquela. Será que isso é um elemento suficiente para se provar a autenticidade de uma obra de arte? Sim ou não? Por que?

    Há ainda uma terceira gravata que, apesar de idêntica à gravata azul de Picasso e do menino, é uma gravata qualquer que Cézanne – outro grande artista – criou acidentalmente usando-a para limpar um pincel com tinta azul, a mesma que Picasso iria usar na sua obra-de-arte-gravata (imaginemos que fosse possível, por ordem de um acaso muito pouco provável, mas não impossível que estas duas gravatas fossem idênticas fisicamente, em todos os sentidos). Teríamos neste segundo caso um objeto qualquer que apesar de ter sido produzido por um grande artista, não pode ser considerado obra de arte pois não houve intenção de fazer arte no momento, acidental, de sua gênese! E temos ainda uma quarta gravata azul, esta criada por um habilidoso falsificador que percebe a polêmica das gravatas e se aproveita da situação criando um último objeto, tão paradoxal quanto os primeiros.

    Vamos lá, mesmo que se possa identificar uma mínima diferença entre essas 4 gravatas, não saberemos ainda qual delas é uma obra de arte e qual não é. O que nos permite saber qual é a obra de arte, a provocação, a falsificação e a coisa qualquer é a história. O modo como o objeto surgiu no mundo.

    Um objeto pode ser aceito como obra de arte numa determinada época e em outra não (exemplo: arte conceitual é aceita nos dias atuais, no século XV sequer seria percebida, o próprio desenho que hoje é uma linguagem artística das mais tradicionais que até o século XIX era um mero recurso para apoiar a pintura e a escultura) .

    Também certas coisas podem ser aparentemente iguais e não dizerem a mesma coisa.

    A gravata azul somente diz respeito a determinada ação (artística ou não) se estiver pressuposta à história casual correspondente à aquele assunto.

    Quem vai dizer agora que a Brillo Box de Warhol não é arte?







    Interferência Urbana

    Gente, esses caras fazem uma crítica muito engraçada....
    Querem ver? É só clicar aqui: http://www.sprinklebrigade.com/gallery-main.html

    Intervenção Urbana


    O que é intervenção urbana?

    Intervenção Urbana é o termo utilizado para designar os movimentos artísticos relacionados às intervenções visuais realizadas em espaços públicos. No início, um movimento underground que foi ganhando forma com o decorrer dos tempos e se estruturando. Mais do que marcos espaciais, a intervenção urbana estabelece marcas de corte. Particulariza lugares e, por decupagem, recria paisagens. Existem intervenções urbanas de vários portes, indo desde pequenas inserções através de adesivos (stickers) até grandes instalações artísticas.
    "O que hoje chamamos de intervenção urbana evolve um pouco da intensa energia comunitária que floresceu nos anos de chumbo. Os trabalhos dos artistas contemporâneos, porém, buscam uma religação afetiva com os espaços degradados ou abandonados da cidade, com o que foi expulso ou esquecido na afirmação dos novos centros. Por meio do uso de práticas que se confundem com as da sinalização urbana, da publicidade popular, dos movimentos de massa ou das tarefas cotidianas, esses artistas pretendem abrir na paisagem pequenas trilhas que permitam escoar e dissolver o insuportável peso de um presente cada vez mais opaco e complexo." Maria Angélica Melendi
    "Cabe observar que, atualmente nas artes visuais, a linguagem da intervenção urbana precipita-se num espaço ampliado de reflexão para o pensamento contemporâneo. Importante para o livre crescimento das artes, a linguagem das intervenções instala-se como instrumento crítico e investigativo para elaboração de valores e identidades das sociedades. Aparece como uma alternativa aos circuitos oficiais, capaz de proporcionar o acesso direto e de promover um corpo-a-corpo da obra de arte com o público, independente de mercados consumidores ou de complexas e burocratizantes instituições culturais." Wagner Barja
    "Houve um tempo em que o termo intervenção era privilégio legítimo de militares, estrategistas ou planejadores e o urbano adjetivava o futuro ainda longínquo para a maioria da população mundial. Se a intervenção urbana foi, no século XX, predominantemente heterônoma, uma ordem vinda de cima, a partir da segunda metade deste mesmo século, os artistas começaram a interceptar tal heteronomia e a apropriar-se da possibilidade de intervir no mundo real e na cultura, irreversivelmente urbanos. Neste curto intervalo histórico, diversas iniciativas artísticas realizadas fora dos museus e galerias, dos palcos e dos pedestais buscaram novas relações socioespaciais e consolidaram a idéia de intervenção urbana em dois rumos: como estratégia de transformação física (monumentos também heterônomos) ou como tática de uso da cidade e da cultura (interferências efêmeras, imagéticas, móveis, colaborativas). Atuando através de forças imprevistas, de conflitos de tradução e da expansão das noções e hierarquias tradicionais do espaço, tais práticas (a deriva, o minimalismo, a land art, o building cut, ohappenning, o site-specific, etc.) desmontaram de uma vez por todas a ideia clássica de arte baseada no consenso e possibilitaram a emergência complexa e indelével da noção de público. E se hoje a expressão intervenção urbana soa como lugar comum até no mais remoto rincão sonhado pelos landartistas ­– quando o território está globalmente esquadrinhado pelos satélites, parcelado pelos interesses imobiliários e maculado pela latinha de Coca-Cola abandonada – o espaço público continua a ser uma das promessas não cumpridas da cidade. Público que, obviamente, não se refere apenas à ideia de audiência ou espectadores, mas a um conjunto de redes e espaços de participação e autonomia que conformam o território “de todos” na cidade, na diversidade dos seus aspectos sensíveis. Uma breve e provisória taxonomia do espaço público no contexto da arte atual delineia, em maior ou menor grau, o desejo – poético, político, coreográfico – de propor contribuições para futuros renovados que permitam que o senso de coletividade e a prática espacial crítica exerçam-se na cidade: (1) as experiências artísticas construídas sob a ideia do espaço público como mera localização testemunham o esvaziamento de suas redes territoriais, quando a cidade é utilizada apenas como lugar de exibição ou palco especial; (2) o espaço público entendido como processo e negociação retoma a esfera pública com seus conflitos e diversas vozes, tentando ver emergir discursos e possibilidades; (3) o espaço público como lugar de estudo corográfico tenta se aproximar das investigações geográficas e geopolíticas, repensando a arte através das experiências dos territórios de intolerância mundial; (4) o espaço público como prática de mapeamento performativo apresenta a ideia do mapa pessoal como escritura crítica de navegação da cidade; (5) o espaço público virtual lida com a emergência dos aparatos globais de medição, comunicação e monitoração do espaço, num alargamento redundante da esfera pública.." Renata Marquez e Wellington Cançado

    Interferência Urbana

    Oi, Galera dos terceiros anos!!!!!
    Encontrei este Blogger sobre Arte Contemporânea com Interferência
    Urbana. Muito bom!
    Clique aqui: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/fotos/2012/05/veja-fotos-dos-monumentos-decorados-com-coracoes-em-porto-alegre.html#F45283

    quinta-feira, 24 de maio de 2012

    Arte Contemporânea - Grafite




    ARTE PRÉ-HISTÓRICA BRASILEIRA E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

    Figura 01: grafite


    Figura 02: pintura rupestre




    Arte parietal – da pintura rupestre ao grafite- marcos e marcas da evolução humana

    Desde o princípio, o homem sempre procurou representar-se e representar as coisas que o cerca. Procurou também ao longo dos tempos produzir ferramentas para facilitar seu trabalho e para ajudá-lo a superar suas limitações. Uma das maneiras de superar essas limitações foi encontrada na arte.
    Pela arte a história da humanidade se construiu e o homem pôde perpetuar-se e descobrir possibilidades procurando delimitar suas fronteiras, embora: “Geograficamente, a história da arte não encontra limites em nosso universo e, cronologicamente, cobre todas as facetas da atividade humana sobre a Terra, da mais remota pré-história até os nossos dias”. (BARRAL, 1994, p.10)
    Através da História da arte, há a possibilidade de um contato mais próximo com o que o homem produziu culturalmente e veio acumulando no decorrer da sua história até os nossos dias deixando como marca registrada a sua evolução.

    Arte Rupestre no Brasil

    O território brasileiro já era habitado por grupos nômades, caçadores, pescadores que provavelmente vieram da Austrália, da Oceania ou da Ásia muito antes da chegada de Pedro Álvares Cabral.
    Isto foi comprovado através das escavações e análise de objetos e desenhos nas pedras deixados pelos primitivos.
    As pinturas e gravuras deixadas por eles são o testemunho de sua passagem. Consta na literatura que, esses registros em diferentes suportes de pedra são chamados de arte rupestre ou itacoatiaras palavra tupi que quer dizer pedra pintada: paredes e tetos de cavernas e abrigos, blocos no chão, pedras nos leitos dos rios, e lajes a céu aberto.
    As mais antigas pinturas rupestres brasileiras encontradas nas cavernas estão no Parque Nacional Serra da Capivara na região de São Raimundo Nonato, no sudeste do estado do Piauí.
    Em outras regiões do Brasil também há registros de arte rupestre. Dentre estas regiões mais conhecidas estão Naspolini no estado de Santa Catarina, Lagoa Santa, Varzelândia e Diamantina em Minas Gerais, Toca da Esperança região central da Bahia e Florianópolis, regiões do Seridó e Chapada do Apodi, Lageado de Soledade no Rio Grande do Norte, Itapetim nascente do rio Pajeú, Sítios Boa Vista e Riacho Salgado e no município de Afogados da Ingazeira e Carnaíba no Estado do Pernambuco.
    No Maranhão a maioria da população ainda desconhece a riqueza arqueológica do estado no que consiste aos registros rupestres. Isso tem uma explicação em função da falta de instituições, falta de atenção dos órgãos competentes em todas as esferas no investimento de estudos e pesquisas sobre a história da população pré-colonial que aqui vivia.
    Certo é que no Estado do Maranhão assim como em outras regiões do Brasil , algumas até já citadas encontra-se um tipo de vestígio arqueológico denominado grafismo rupestre, embora esse tipo de registro seja ignorado na região pela ausência de pesquisas.
    Entre os municípios maranhenses tidos como referência no que se trata de arqueologia pode-se citar Tasso Fragoso localizada no Sul do Maranhão, no pólo Chapada das Mesas. A cidade considerada “um tesouro arqueológico a ser descoberto” faz divisa como Estado do Piauí, limitando-se com os municípios de Balsas, Simbaíba e Alto do Parnaíba.
    O município dispõe de uma riqueza em cavidades naturais, e possui milhares de gravuras e pinturas rupestres encontradas nas paredes das grutas, situadas em toda a região da cidade. Nas grutas encontram-se pegadas de animais, seguidas por pegadas humanas, folhas de palmeiras e instrumentos de caça, que podem simbolizar um ritual de caça. (Jornal CAZUMBÀ, janeiro 2010, p. 10)
    As inscrições petrográficas ou desenhos rupestres em Tasso Fragoso são classificadas por estudiosos e pesquisadores do assunto como um verdadeiro achado arqueológico.
    Contudo, é preciso a implementação de políticas públicas que dêem condições de localizar, mapear e pesquisar novos sítios na região e também políticas para conservação e proteção dos sítios já descobertos e cadastrados.


    Grafite - arte rupestre contemporânea – reflexo de um passado muito presente

    Milenares ou atuais as marcas do homem estão registradas nas paredes sejam elas lisas ou irregulares, sejam as marcas monocromáticas ou policromáticas, foscas ou florescentes sejam para protestar sejam para ornar. O certo é que não é de hoje que essas marcas estão presentes e manifestadas pela pintura rupestre, esta considerada uma das primeiras manifestações materiais deixadas pelo homem sobre a terra.
    A pintura evoluiu sofrendo alterações quanto aos termos utilizados, às técnicas e uso de materiais dos mais artesanais aos industrializados acompanhando também a evolução das sociedades à medida que o tempo foi passando.
    Nas grandes civilizações da Antiguidade, especialmente no Egito, Grécia e Roma, a utilização de variadas técnicas (mosaico, pintura, escultura) auxiliou a perpetuar as paredes como autênticos ateliês demonstrativos da cultura desses povos. O passar do tempo aperfeiçoou ainda mais essa arte/forma de comunicação. Não é possível desprezar, por exemplo, os belíssimos painéis nas paredes de prédios públicos da capital mexicana, que retratam a história daquele país, produzidos por Diego Rivera./www.universia.com.br/docente.
    O grafite é um termo dado a um dos tipos de pintura também parietal que se utiliza como suporte os muros das cidades fazendo parte da paisagem urbana.
    Contudo, a proposta de ambas as pinturas, rupestre e grafite se assemelham em dois aspectos. O primeiro refere-se ao fato de não terem sido concebidas com a intenção de tornarem-se arte apesar de terem adquirido tal status.O segundo aspecto em comum é registrar e expressar graficamente a maneira de pensar e agir do homem pré-histórico e do homem contemporâneo na busca da compreensão de si do outro e do meio em que viveu e vive.
    Numa eterna tentativa de dar e receber respostas o homem lançou mão
    da arte da pintura e até hoje se utiliza dela no lançamento de questões a serem resolvidas mantendo a história da arte parte integrante e inegável no nosso cotidiano.

    Arte Contemporânea


    Conceito

    A arte contemporânea envolve um período que surge na segunda metade do século XX e prolonga-se até os dias atuais.

    História

    Marchel Duchamp, em 1913, propôs obras chamadas “ready-made”, que eram feitas a partir de objetos do dia-a-dia.
    Esses objetos eram apresentados totalmente descontextualizados e não podiam ser utilizados. Como exemplo temos um mictório no meio de uma sala e sem encanamento. Com isso, Duchamp conseguiu chamar a atenção e tornar-se realidade.
    Esta era nasceu logo depois da Segunda Guerra Mundial, estendendo-se até os dias atuais. Traz consigo novos hábitos e diferentes concepções. Os artistas começaram a questionar a linguagem artística.
    Entre os movimentos mais importantes do período estão a Op Art, Por Art, Expressionismo, Arte Conceptual, Arte Povera, Minimalismo, Body Art, Fotorrealismo, Internet Art, Street Art, entre outras.

    Características

    Neste tipo de arte não existem limites, muitas vezes o que se publica é a primeira idéia que vem a cabeça.
    Uma característica interessante é o fato das pinturas e esculturas não transmitirem idéia políticas ou religiosas e preocuparem-se em estar voltadas a si mesmas. Isso porque os artistas contemporâneos não são financiados por instituições e possuem mais liberdade de expressão.


    A Arte Contemporânea no Brasil

    Assim como no exterior, a arte contemporânea surge no Brasil a partir da década de 50. Durante a década de 60 surge o Tropicalismo e na década de 70 as noções de conceito e tecnologia estão a serviço da arte. Já na próxima década de 80, a arte produzida começa a ter caráter festivo e alegre.

    Dia 20 de outubro de 1951 acontece a primeira Bienal de São Paulo que teve 1854 obras de 23 países. Este acontecimento deu abertura a uma movimentação muito grande dentro do campo artístico brasileiro.
    Nesta década também ressurge o Abstracionismo geométrico e informal.
    Em 1957, no Rio de Janeiro, houve o início do Neo-concretismo, em que alguns artistas aliam a sensualidade com o Concretismo. Neste período destaca-se Hélio Oiticica.
    Nos anos de 1960 houve o declínio da abstração e o surgimento de uma produção artística da comunicação de massa, influenciada pela Arte Pop.
    Já nos anos 90, a arte desenvolve características de outros países, como a inclusão da participação do público que pode até mesmo interferir na obra do artista.



    Autoria: Jeniffer Elaina da Silva

    Arte Popular Brasileira










    Heitor dos Prazeres, Morro , 1965
    óleo sobre tela, c.i.d.
    144 x 102 cm
    Reprodução fotográfica Antonio Rudge


    Arte popular, segundo Cunha (2005), pode ser definida como a arte sem sofisticação, produzida fora do campo de arte erudita – as chamadas Artes Maiores ou Belas-Artes e as Artes Menores – e, supostamente, associada às raízes da consciência coletiva da população mais simples.


    No Brasil, costumamos chamar de “arte popular”, a produção de pinturas, esculturas e modelagens feitas por homens e mulheres que não receberam ensino ou treinamento profissional específico, mas criam obras de reconhecido valor estético e artístico. Seus autores são gente do povo, o que, em geral, quer dizer pessoas com poucos recursos econômicos, que vivem no interior do país ou na periferia dos grandes centros urbanos e para quem “arte” significa, antes de mais nada, trabalho.


    Suas produções possuem geralmente um colorido brilhante e não naturalista, a perspectiva não é exata e o aspecto geral é infantil. Entretanto, os artistas ditos populares ou “ingênuos” não são, necessariamente, amadores ou sem contato com os conhecimentos artísticos. Alguns artistas extremamente sofisticados têm buscado, intencionalmente, uma expressão ingênua, sobretudo a partir do século XX. A arte popular ou ingênua também é conhecida como naïve, palavra francesa que significa ingênuo.


    Alimentando galinhas Casal Luiza - Taubaté, SP Dona Isabel - Vale do Jequitinhonha, MG


    Acervo Museu Casa do Pontal Acervo Museu Casa do Pontal


    Apesar de fortemente enraizada na cultura e no modo de viver das pequenas comunidades nas quais tem origem, a arte popular exprime o ponto de vista de indivíduos cujas experiências de vida são únicas. Apresenta os principais temas da vida social e do imaginário — seja por meio da criação de seres fantásticos ou de simples cenas do cotidiano — numa linguagem em que o bom humor, a perspicácia e a determinação têm lugar de destaque. Talvez venha daí seu forte poder de comunicação, que ultrapassa as fronteiras de estilos de vida, situação sócio-econômica e visão de mundo, interessando a todos de uma maneira geral.


    O mundo da arte popular brasileira — ou seja, o mundo dos costumes, das religiões e festas que se revelam por seu intermédio e lhe servem habitualmente de tema — é bastante complexo e dinâmico. As manifestações artísticas acontecem em todas as regiões do Brasil, e seus autores utilizam os materiais que têm à mão, como barro ou madeira, e ainda outros, como areia, palha, contas, tecidos e penas de aves. Para muitas pessoas, prestar atenção nos diversos estilos, cores e materiais que compõem as obras dos artistas populares, é um meio de descortinar um mundo de arte desconhecido. Conhecer essa produção também é conhecer melhor o Brasil e os brasileiros. E significa, sobretudo, fazer uma fascinante aventura pelos caminhos da imaginação humana.

    Arte Popular do Brasil


    Exposição “O Brasil na Arte Popular”

    Discurso da Ministra Ana de Hollanda na abertura da exposição O Brasil na Arte Popular


    Existem lugares no mundo onde é possível falar de uma “cultura popular”. No Brasil, não. Aqui, somos – e seremos sempre – obrigados a falar no plural: culturas populares.

    Uma coisa foi o que aconteceu na solidão dos pampas, outra coisa foi o que aconteceu nas vastidões amazônicas. Uma coisa é o que vemos em meio à população ribeirinha, nas margens do Rio São Francisco. Outra coisa é que vemos nas terras de massapê dos antigos engenhos e canaviais que se estendem da Bahia a Pernambuco. Uma coisa é o que ouvimos no interior de São Paulo, com os sons que nos vêm da velha vida caipira. Outra coisa é o que ouvimos no sertão nordestino, ali pelas beiradas da Chapada do Araripe, entre a Paraíba e o Piauí, solo que viu brotar a sanfona de Luiz Gonzaga. Uma coisa é o que sentimos entre as montanhas de Minas, com seus brilhos barrocos. Outra coisa é o que sentimos no litoral do Rio de Janeiro.

    E estes são apenas alguns exemplos. Poderíamos falar ainda das culturas do cerrado, do pantanal, do Paraná e de outros pontos de luz que configuram o mapa cultural de nosso país. Mas não é preciso multiplicar exemplos. Todos sabemos o quanto a nossa variedade cultural é espantosa. Ela vai dos cantos ensolarados das feiras populares do Nordeste à alegria colorida da periferia de São Paulo e aos tambores de São Luís do Maranhão. E se manifesta de mil formas, com materiais muito diversos, em objetos igualmente ou mesmo infinitamente variados. Na culinária, no artesanato, nas expressões místicas, no linguajar.

    Não foi sem razão que uma das mulheres mais lúcidas e criativas da história da cultura brasileira, a arquiteta Lina Bo Bardi, achou que deveria estar, na produção do nosso artesanato, a inspiração norteadora para a criação de um desenho industrial brasileiro.

    É uma dádiva. Premidos pelas necessidades da vida e premiados pelos acasos da história, construímos um elenco rico e forte de culturas populares. Para isso, convergiram, fundamentalmente, as nossas matrizes básicas de cultura. A matriz indígena, a matriz lusa e a matriz africana – para lembrar expressões caras ao nosso querido mestre Darcy Ribeiro. Mas não somente elas. Concorreram, também, para a pluralidade de nossas manifestações populares de cultura, as migrações. As vivências e visões de todos aqueles que um dia aqui desembarcaram, trazendo suas tradições.

    E isto tem de ser estimulado, incentivado e financiado. Temos de apostar nessa variedade. Temos de apostar na criatividade técnica e estética de nosso povo.

    Ao mesmo tempo, há uma outra coisa diante da qual não podemos deixar de nos maravilhar. É que a diversidade das nossas culturas populares poderia ser uma indicação segura de que teríamos uma nação culturalmente desconjuntada, formada pela mera justaposição de elementos estranhos entre si.

    Mas não. O que impressiona é que a cultura brasileira, ao tempo em que é múltipla, é também una. Sabemos nos reconhecer em cada um de seus brilhos. Não só porque todos nos movemos ao abrigo da língua portuguesa, tal como ela é falada hoje, em todos os cantos do país. Mas, também, porque cada um de nós se sente, em primeiro lugar e acima de tudo, como brasileiro. Como pessoa feita do barro mesmo deste nosso país.

    É isto que faz a nossa realidade presente. Assim como é esta a base de toda a nossa grandeza futura.

    Vida e Obra de Antonio Poteiro

    Para saber, Clique aqui:
    http://artepopularbrasil.blogspot.com.br/2011/01/antonio-poteiro.html

    Vida e Obra de Heitor dos Prazeres



    O samba Naif de Heitor dos Prazeres




    Heitor dos Prazeres nasceu no dia 23 de setembro de 1898, no bairro da Cidade Nova, famosa Praça Onze, local que floresceu o samba carioca nos encontros da casa da Tia Ciata. Seu pai era marceneiro de profissão e clarinetista da Banda da Guarda Nacional, sua mãe costureira. Lino, como era conhecido, cresceu com as duas irmãs, família negra, vida simples e numa época onde a escravatura havia sido recentemente abolida, exigindo que as famílias andassem na linha, dedicando ao trabalho, único modo de manter o nível social longe dos morros e favelas. Dessa maneira, Heitor ou Lino, foi desde menino instruído como marceneiro pelo pai, que falecera quando tinha 7 anos. Aos 12 anos, já frequentava a casa da tia Ciata, levado pelos familiares, entre eles Hilário Jovino, grande entusiasta à carreira musical do menino Heitor, que olhe deu o primeiro cavaquinho. Nesta época Prazeres já estava em contato com ritmos afros como candomblé, jongo, lundu, cateretê e o samba, destacando-se como um grande ogã-ilu e ogã-alabé, improvisando versos, ritmando nos instrumentos de percussão e harmonizando em seu cavaquinho.



    A partir de então, Mano Heitor, como fica conhecido por andar com os bambas do Estácio, ganha a vida das ruas e noites cariocas, dos cines mudos, dos cafézinhos, dos carnavais, sempre cantando e tocando cavaquinho, conhecendo toda a gente do samba carioca. Logo suas canções estão nas rádios gravadas pelos grandes intérpretes como Francisco Alves, torna-se parceiro de muitos sambistas renomados como Cartola, Noel Rosa, Herivelto Martins, Paulo da Portela e Sinhô, com quem travou a primeira polêmica musical. Quando foi reivindicar parceria numa música que havia estourado com Chico Alves, Sinhô lhe responde: "Samba é como passarinho, a gente pega no ar". Esta frase lhe rendeu o samba alerta " Olha ele, Cuidado" e "Rei dos meus sambas", ironizando o prefixo dado à Sinhô de rei do samba. Heitor tem uma carreira extensa e marcante na vida musical, sua obra abarca mais de 250 composições, entre sambas, canções, choros, valsas, baiões, marchas, etc. Mas, além desta grandiosa obra musical, Heitor dos Prazeres ganhou notoriedade com as arte plásticas, onde junto com alguns outros pintores, inauguram a Arte Naif no Brasil. Os quadros de Heitor destacam-se, além da vivacidade das cores e alegria características das obras naifs, pela contextualidade dos temas pintados. Ilustrou como ninguém a música, a dança, as festas, os bares, os ritos, as tradições, os lugares, os trejeitos, as mulatas, os malandros...só vendo pra crer. Heitor dos Prazeres é figura eternizada na cultura popular e merece nossas devidas homenagens. Resumindo, fiquem com algumas telas de Heitor dos Prazeres.